HISTÓRIAS DE PESCARIAS: Costumo brincar assegurando que, quando deito a linha, pesco um achigã em cada 15 minutos. Ninguém acredita até confessar que só por uma vez pesquei, durante um quarto de hora, e que, por uma sorte inacreditável (mesmo para principiante e para desespero do meu querido Pedro Caeiro, dono das canas, das minhocas e da sapiência no mister mas que tinha passado a tarde toda nisso com um sucesso ligeiramente inferior), passou-me o dito peixito pelo anzol, arranquei-o desajeitadamente da água e foi aterrar uns dez metros acima de nós, espatifando-se no solo. Deu para ser comido mais tarde, depois dos gins, mas não voltei a pescar e mantenho esta média invejável.
As historietas de pescarias fenomenais mas sem provas, de peixes enormes que se escaparam à última, ou que foram comidos antes de fotografados são conhecidas e inócuas (mesmo as do Lago Ness), não fazem mal a não ser ao próprio que as conta.
Por isso não levo a mal o tipo que, ainda ontem e numa rodada de amigos bem divertida, assegurava que quase tinha conseguido apanhar, um pouco acima do Carrapatelo, duas belíssimas orcas ainda jovens, lindas, iguaizinhas, uma quase fotocópia da outra, distinguindo-se apenas por uma possuir uma pequeníssima inscrição “Bach” na barbatana alva.
Claro, ele não tinha fotografias nem testemunhas do sucedido e, como nenhum dos ouvintes tinha lá estado para poder assegurar que era mentira, em bom rigor não o podíamos apelidar de mentiroso. Mas também nada nos obriga a acreditar em todo o tipo de patranhas inconcebíveis que nos querem vender.
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