O PODER: O facto de Ségolène Royal sugerir que cada francês tenha uma bandeira do país à janela no dia 14 de Julho está a provocar alguma preocupação entre a esquerda, que normalmente associa estes eventos a nacionalismos de direita, vendo-os como a parte visível de algo mais perigoso como o racismo e a xenofobia. Ségolène "defende-se" apregoando que a nação pertence a todos e que a sua invocação patriótica não implica, necessariamente, a exclusão "dos outros" ou qualquer exaltação das causas xenófobas que, na opinião da esquerda, vêm sempre atreladas a tais manifestações nacionalistas. No entanto, parece-me que é exactamente isso que Ségolène está a fazer, "pescando" os votos dos que suportam essas causas sem "molhar o pé", ou seja, sem ficar com a "parte suja" desses votos. Tudo isto vai ao encontro do que se vem passando na política nos últimos anos, em que se torna muito complicado (ou impossível) distinguir a direita da esquerda. Durante as campanhas eleitorais, os políticos defendem algo e o seu contrário. As últimas seis ou sete eleições realizadas no nosso país (incluíndo as presidenciais) foram ganhas com base em mentiras descaradas, mascaradas de promessas. O verdadeiro móbil é apenas um: o poder. Para o conseguir, para além da disputa do "centrão", é preciso chegar aos votos, estejam eles onde estiverem, mesmo que encostadinhos à direita ou à esquerda. "It's the power, stupid!" Ségolène já percebeu.
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