O caso não chega a irritar-me - como acontece ao meu amigo Vasco Lobo Xavier -, antes pelo contrário. Sá Carneiro era bígamo, com Cavaco ainda tentaram uma casa de banho na Travessa do Possolo, Cadilhe nunca recuperou a não ser nos tribunais, Ferro Rodrigues foi amarrado à pedofilia, Santana não teve tempo para mais do que uma sesta suspeita, Barroso nem isso. O ataque à figura, sempre travestido da maior relevância nacional - a nhanha habitual da mulher de César - e envolto nas brumas da conspiração ( que tenta "calar a verdade" ) , é o lábaro oficial quando o combate político corre mal. A educação lá impôs umas regras, a saúde lá fechou uns estabelecimentos, nem o Pinho cai (!) nem a gente almoça? No problema: saca-se uma grave discrepância na caderneta escolar do PM. Não compreendo por que motivo o gabinte do PM insiste em teorias da conspiração: é tudo às claras. Esta tradição de boîte à surprise, de onde saltam suspeitas terríveis sobre a conduta pessoal dos governantes, serve às mil maravilhas a anomia da sociedade portuguesa. Dá ao povo ( como se viu no processo da Casa Pia) a vigorosa ilusão de que "eles estão sob vigilância ". Entretanto a banda passa. Quanto a Sócrates, se tiver juízo demite-se e apresenta-se a eleições. Sempre poupa uma remodelação.
Não obstante a tua (habitual) falta de visão estratégica para a política, esta ideia não me parece de todo despicienda, mas que raio fundamentação é que podia ele utilizar ? o vale de lágrimas das indignações de VLX ? a tesão prematura dos esquilos ? o velho leopardo que já não chega à perna da gazela ?
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