Uma antiga aluna fez-me chegar um artigo, de uma antropóloga brasileira * da UFRJ, com uma história deliciosa. Chega uma jovem mãe à consulta de neonatologia e o pediatra repara que ela tem uma mama maior do que a outra. A mulher explica: " uma para o bebé, outra para o marido ". Se bem me recordo, a discussão ocorrida há um par de anos teve como tema o facto de a amamentação sobreviver às alterações da estrutura familia e do papel da mulher. No Brasil existia em 2003 - altura da publicação do artigo - um plano para incentivar a amamentação. As portuguesas continuam a gostar de dar a mama e fazem muito bem: para uma mãe ajustada, vivendo o prazer da coisa, todas as oportunidades de contacto com a criança são imperdíveis. O socialismo materno-sexual da mamã da história é encantador e prova que a ruptura com a norma natural não tem necessariamente de ser idiota ou patológica.
* Gilza Sandra Pereira, Amamentação e Sexualidade, Revista de Estudos Feministas vol11 nº2 Jul/Dez 2003.
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