SERIEDADE NA INFORMAÇÃO: A comunicação social postou-se com aparato nas escadas do Palácio de Justiça, onde funcionam ainda as varas cíveis do Porto enquanto o Ministro não acaba com todas elas, afundando de vez e por completo um dos poucos tribunais que funcionava minimamente.
Segundo a TVI (as outras não vi), foi para transmitir a notícia de um julgamento por causa de uns terrenos, processo esse em que Pinto da Costa seria "arguido", tendo o julgamento sido adiado porque os "advogados de acusação" teriam apresentado um qualquer requerimento.
Como eu não acredito que ninguém na TVI desconheça que no Palácio de Justiça do Porto funcionam as varas cíveis, e não criminais, ou que o termo "arguido" se destine ao procedimento criminal, e não ao cível, ou ainda que neste último não existem "advogados de acusação", só posso imaginar má fé da referida televisão na notícia posta a circular com o estardalhaço do costume. É algo que infelizmente nos vamos habituando a ver na comunicação social.
Também vi essa "notícia" deplorável. Já não me admiro. Pior, vi há tempos uma rábula dos Srs. Gatos Fedorentos, em que se trauteava cançoneta com uma parcela das famigeradas escutas ao Sr. Pinto da Costa, em jeito de "denúncia" humorada das respectivas malfeitorias. A fazer fé na fidedignidade das escutas cantadas, não vi nelas o mais leve vestígio de relevo probatório para crime de espécie alguma. E, quando as coisas chegam ao ponto de o escutado estar a falar da procuração que outorgou a um Sr. advogado para eventualmente agir judicialmente contra uma certa sr.ª procuradora, pergunto-me: como foi possível que escutas inócuas não fossem destruídas? (custando acreditar que essa não fosse a ordem do juiz que fatalmente as examinou). Como foi possível que os registos respectivos acabassem em poder de um grupo de humoristas da pantalha? Como é possível que sejam reveladas em jeito de comédia sem que se crie indignação? Será por se tratar de um chefe de tribo do futebol, para mais seleccionado pelo unanimismo mediático como o putativo padrinho dos outros todos, uma espécie de chefe das "cinco famílias" das coisas da bola? Portugal apodrece, lentamas consistente e inexoravelmente...
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