Quando Clinton deu ordens à NATO para acabar com o genocídio na ex-Jugoslávia, também os tambores do anti-imperialismo americano e do pacifismo se ouviram na selva. Nessa altura não havia Bush nem Iraque, mas havia a retórica europeia do costume: vive e deixa morrer. Agora parece que é consensual que a aventura americana no Iraque foi um erro porque tem morrido lá muita gente. Os méritos militares da campanha não os discuto, mas o plano era bom: depor um regime hediondo, exportar democracia: por isso os EUA não foram sozinhos. Havia formas melhores? Talvez. No reino das intenções nem tudo corre sempre bem. Muitos pacifistas de hoje não piscaram um olho durante décadas de experiências mal sucedidas, em nome de um futuro melhor, que produziram milhões de mortos e estropiados . Relativizam? Não. Acusam, sobranceiros, como se o seu passado fosse, nessa matéria, impoluto.
É exactamente por isso que o facto de não existirem armas de destruição massiva(de que ninguém,nem mesmo o BE, duvidava) não é, como não era, relevante. Mal andou a Administração Bush em dar importância à questão, como mal andou na ausência de um plano pós-guerra. Incompetentes, foram com certeza mas continuam a ter razão. Como disse Churchil, "um pacifista é alguém que alimenta o crocodilo na esperança de ser o último a morrer".
bexportar democracia !! eheheheheh pomposa imbecilidade... e porque não boas maneiras, passadeiras para peões, crucifixos e o IMT de Massassuchets ? ó sr dr Pedro Arroja, agora instalou-se aqui, foi
Todas as guerras são feitas para exportar o Bem: as cruzadas, a evangelização dos índios, a jihad, a invasão de Praga, etc. Esta ideia de justificar a guerra com a exportação da democracia vira-se ao contrário: sempre que as intenções do invasor forem, do seu ponto de vista, as melhores, a guerra é boa. Isso é errado.
Quando se inicia uma guerra é necessário uma justificação lícita, à luz da direito internacional. Por mais estranho que possa parecer, uma guerra também tem regras e rege-se pelo direito. Para além disso, é necessário analisar os efeitos da mesma em termos geopolíticos e existir um plano de peacebuilding, ou seja, uma estratégia de reconstrução pós-guerra. Pelo que se sabe ou se vê hoje, a causa não existiu, os efeitos não foram equacionados e o plano de peacebuilding não foi elaborado. Assim é difícil justificar ou dar o aval a uma incompetência e leviandade destas! Há que agradecer o atoleiro em que os americanos se meteram aos "neocon" e, especilmente, ao sr. vice-presidente cheeney...
É verdade que a condução militar não foi bem planeada, muito por culpa do provincianismo de Rumsfeld que já aqui citei por diversas vezes. Mas julgo, na minha opinião, que vos escapa uma coisa: a operação iraquiana não foi pensada como uma guerra no sentido que o PC refere ( nem hoje há espaço para tal): se os EUA têm actuado no Ruanda, essa operação, por ser militar, era igual às Cruzadas?
Não, não era, e por isso é que as boas intenções do invasor não chegam para justificar uma guerra (ou ocupação militar, ou o que quiseres chamar-lhe). Se os EUA, ou qualquer outro país, tivessem invadido a Africa do Sul para pôr termo ao apartheid, ennquanto ele existiu, o princípio de "exportar" os direitos humanos seria louvável - mas nem por isso a invasão seria justa. Não?
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