Diz o estóico andaluz que as naturezas nobres não gostam de se demorar muito nos corpos pois sentem-se aprisionadas ( Platão, mais pesado, calculava que a alma do sábio tende para a morte). Como eu vejo as coisas, tens assim duas alternativas: ou morres cedo ou desces a fasquia.
Rumina-se demasiado aí em Coimbra, Filipe, mas na verdade restam-nos sempre as filosofias orientais.
Michaux já dizia no início do século passado ("Un barbare en Asie") que os filósofos hindus prolongam a vida, enquanto os do Ocidente a encurtam (e eu até simpatizo com Séneca, que aliás morreu velho).
Quanto ao Jung é uma mania vossa, e nunca vos há-de passar — pois foi com ele que aprenderam a maltratar o vocabulário e a escrever nebulosamente. Ah, as pequenas perversões...
Parece-me que a alma não tende para a morte, mas para a indiferença. Como chamam a isso os psicólogos? Alguma coisa horrenda, por certo.
Fazes bem, muito bem. A "cura de Amfortas" vem do texto de Wagner (Parsifal) a partir do original de Eschenbach. Versão portuguesa de Vitor Moutinho. Abraço e volta depressa.
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