LISBOA DIVERTE-SE: O pitoresco da realidade actual portuguesa necessitaria de um traço melhor do que o meu para descrever o disparate que grassa por aqui. O episódio recente da acusação que anima os habituais derrotados é um exemplo.
Aquela que se julga ser a mais impoluta e competente magistrada de um grupo que o próprio marido apelida (injustificadamente, a meu ver) de completa e potencialmente corrupto (pelo menos na província, isto é, em todo o lado que não seja Lisboa), num país que a própria considera inundado pela corrupção, dedica a sua maior atenção, esforço e dinheiro dos contribuintes à procura de fenómenos de corrupção no mundo do desporto e do espectáculo - o do futebol - como se nada mais houvesse de importante a tratar.
Reabre-se então um inquérito já tratado e arquivado relativamente a um jogo que não teve casos estranhos, como é unanimemente reconhecido, entre um clube do fundo da tabela e outro que ganhou por dois golos de diferença e que, na altura, já estava em primeiro lugar na classificação, com vários pontos de avanço (e, recorde-se também, era o detentor do título de campeão nacional, da taça de Portugal e da taça da UEFA; e viria a ser nesse mesmo ano também campeão nacional e da Liga de Campeões, e vencedor do Campeonato do Mundo de Clubes, com uma ou duas Supertaças pelo meio).
A atitude da magistrada não espanta nada pois, tirando as inúmeras conferências dadas e entrevistas concedidas a tudo quanto é revista em clara propaganda pessoal, profissionalmente pouco se lhe conhece publicamente nos últimos vinte anos. Com efeito, não me recordo de um caso importante ou conhecido em que tivesse tido uma intervenção relevante. A acusação efectuada às pessoas em causa também não espanta pois, como era de prever, depois de tudo quanto andou a apregoar antes de concretamente se inteirar do assunto, a senhora magistrada teria de fazer qualquer coisa, acusar alguém, mesmo que só tivesse bolas de papel para lhes atirar às cabeças. O que espanta é que as bolas de papel que atira sejam páginas rasgadas e amarfanhadas de um livro promovido por uma pessoa de duvidosa credibilidade e que publicamente se encontra abespinhada, ressabiada e zangada com um dos arguidos. Enfim, talvez divirta os lisboetas e sempre podem sorrir de alguma coisa no que ao futebol diz respeito.
Não me percebeu. Eu acho que se deve investigar a corrupção no futebol e em todo o lado onde ela possa aparecer. Julgo é que se a magistrada é assim tão boa deveria estar a investigar situações mais graves na administração pública do que casos de futebol.
Segundo ponto. Não sei se existe corrupção no futebol, talvez haja, talvez não. Sou incapaz de ter as certezas que a magistrada em causa tinha antes de investigar as situações concretas.
Terceiro ponto. Continua sem me perceber. Não falei da distância do FCP face ao Estrela mas sim em relação a todas as equipas. Relativamente ao Estrela, só me referi à diferença de golos (2-0, com um penalti roubado ao FCP pelo árbitro, esse mal-agradecido, na ideia da senhora magistrada). De resto, nesse jogo, não vejo que haja indícios de corrupção (terá o FCP pago ao árbitro para ele lhe roubar um penalti? Não quereria ganhar por três?).
Por fim, eu não ouvi os telefonemas nem as referências à sobremesa ou ao pequeno-almoço. Eu limito-me a constatar que se não houve casos estranhos no jogo, se não se verificou nenhuma vantagem para o FCP (muito pelo contrário), não vejo onde possa ter havido corrupção, corruptor e corrompido. Mas a magistrada lá saberá. Aliás, tenho até a ideia que ela já sabia muito antes do jogo... Abraços e boa sorte para o seu clube, que anda bem a precisar.
Desculpe mas enviezada é a visão de quem, do alto da bancada, dá como certo e indesmentível tudo quanto lhe dizem, seja quem for que o diga. Mas descanse que não está só neste mundo, a magistrada também dava tudo como certo muito antes de se debruçar sobre o caso.
ps: um conselho, desconfie quando vir o seu pior inimigo a falar com um polícia: eles podem estar a falar de si e o polícia a tomar como certo tudo quanto está a ouvir...
VLX, qual será a diferença, ou qual visão menos correcta :
- Quem do "alto da bancada, dá como certo e indesmentível tudo quanto lhe dizem" ???
ou
- Quem do alto da bancada, dá como errado e improvavel tudo quanto lhe dizem ???
Eu, obviamente não conheço o processo nem o seu conteudo (não sei se o VLX, conhecerá em promenor ou não?).
Li, ( transcritas em alguns jornais) aquilo que seria supostamente o conteudo das escutas telefonicas. E se as mesmas forem veridicas, mesmo do alto da bancada, parecem-me elucidativas (longe de mim querer fazer o papel de Juiz!).
Tambem , li que a defesa alega irregularidades na sua recolha (das escutas), pedindo a sua nulidade.
Mas o facto de a defesa pedir a sua anulação por irregularidades na recolha, só por si é suficiente para que eu as considere veridicas. Doutra forma julgo que a defesa alegaria a sua falsidade, certo???
e é com base nesta logica simples (talvez até ingenua e simplista, oriunda de um leigo), que formo a minha opinião!
Creio que o que está em causa é o crime de corrupção.
Não me parece que a superioridade futebolistica do FCPorto seja o cerne da questão. Embora eu seja do SLB, não sou fanatico, e percebo que o Porto tem sido a melhor equipa, há varios anos, inclusivamente a niveis internacionais (e aqui não creio que existam duvidas algumas) !
No entanto, a qualidade do futebol de uma equipe não pode apagar os actos (mesmo que desnecessários) de um qualquer dirigente, e creio que são esses que estão em causa, independentemente do que se passou no jogo, o que está em causa é o que possivelmente se terá passada antes do jogo, entre arbitros e dirigentes.
Tudo muito bem, mas corromperia para quê? Em que é que se revelou a corrupção? Qual foi o benefício? Repare que numa situação normal você pode dizer a um amigo, ao telefone, "trazes-me aquilo?" e o "escutador" pode imaginar que se trata de droga e acusa-o de traficar droga, auxiliado pelo depoimento do seu ou da sua pior inimigo/a. Parece-lhe legítimo, uma coisa destas? Parece-lhe natural que lhe manchem o nome e a honra desta forma? A mim não. Independentemente de ser do FCP ou de outro clube qualquer.
VLX, realmente não me parece de todo normal que, como bem exemplificou :
"dizer a um amigo, ao telefone, "trazes-me aquilo?" e o "escutador" pode imaginar que se trata de droga e acusa-o de traficar droga, auxiliado pelo depoimento do seu ou da sua pior inimigo/a."
apenas com um simples analise, não me parece de todo normal a situação que exemplificou.
No entanto a minha capacidade de percepção e analise , que me permitem não achar normal a situação que exemplificou, tambem me levam a achar um pouco estranho o que se publicou das escutas... ...ou a si, parecem-lhe conversas inocentes ???
"...mas corromperia para quê? Em que é que se revelou a corrupção? Qual foi o benefício? "
Pois, não sei como lhe responder a estas perguntas...no entanto seja quais forem as respostas, tenho a certeza absoluta que não alteram em nada o que quer seja que se tenha passado.
E se efectivamente se provar que houve troca de favores, que foram fornecidas "frutas" pelo corruptor, e usufruidas pelo "corrompido", e tudo isto com acordo das duas partes, creio que existe o crime de corrupção.
Para mim, basta que exista um acordo previo, que se efecute um pagamento, e se prometa um favor em troca desse pagamento, para que se esteja perante um acto de corrupção.
Se antes de um jogo começar, for provado que houve troca de favores, não estamos perante um acto de corrupção??? ou temos que deixar o jogo decorrer, e só no final analisar os casos do jogo para concluir que houive beneficio???
VLX, não me diga, que a Maria Jose Morgado, ainda vai conseguir provar que realmente o PC forneceu a fruta...
mas...
MAS..
Mas como não se provou o beneficio, o arbitro vai ser condenado por "BURLA AGRAVADA e FRAUDE", ainda acaba por ter de pagar a "fruta" e o PC ainda recebe uma indeminização.
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