Recolher pedaços que sabemos que serão um dia pretexto para o sorriso ou para o aço. Por exemplo, o bilhete do primeiro jogo de futebol a que o levámos ou a redacção na qual ela se estreou a opinar sobre o estado do mundo. É um exercício perigoso. Estas coisas chantageiam o tempo: são o presente, mas guardamo-las para o futuro para servirem de passado. São, no fundo, a única coisa que podemos fazer para iludir o nosso envelhecimento. Esta é a versão benigna. Num outro planeta, este exercício é uma antecipação do Mal. Recolhemos voluntariamente para não termos de recorrer obrigatoriamente. Esta é a versão catastrófica.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.