Um jornalista entrou numa repartição pública, dirigiu-se a um funcionário e perguntou-lhe o que pensava do primeiro-ministro. O homem ficou atrapalhado e fez-lhe um sinal: que o seguisse. O jornalista assim fez, e passado um bocado estavam no átrio de um piso inferior relativamente deserto. O jornalista repetiu a pergunta mas o homem em vez de responder voltou a fazer-lhe um sinal e encaminhou-o para um cabinete escuro e esconso. Quando entraram, o jornalista já admirava a coragem daquele funcionário ao mesmo tempo que se espantava com clima de coacção existente na repartição. Foi então que o funcionário lhe puxou por uma manga e sussurrou: "Sabe, eu até aprecio o nosso Primeiro".
A ficção é uma boa arma... Deixe-me pegar no case study e adivinhar, baseado exclusivamente na lei das probabilidades e princípio da exclusão de partes, o perfil do funcionário: - 50-60 anos; - 9º ano de escolaridade (antigo 5º ano) com reconversões profissionais sucessivas; - farto da cawboyada dos governos pós 25 de Abril, com especial sanha aos socialistas, mestres em desmantelamento. - votou em Salazar no "Maior Português de Sempre" - não tem responsabilidades de gestão intermédia - pode bem não ter cartão do partido do governo. SEGURAMENTE - está ao serviço de 1 repartição do Ministério da Justiça / de 1 secretaria de uma das 3 forças de segurança pública / do MNE ou da Defesa Nacional / da PJ ou de 1 Inspecção Geral. São os únicos que continuarão a viver no formato "velha guarda" da administração pública e não têm o lugar ameaçado. Expressamente excepionados no projecto de lei da reforma dos vínculos.
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