A proposta de MJNP sobre uma Chinatown lisboeta foi bem enquadrada pelo Eduardo Pitta que lembrou os fundamentos da coisa. Na história do ópio na América, os bairros chineses serviram um propósito claro no primeiro quartel do século passado: identificar a intoxicação opiácea com uma minoria racial específica. Panfletos, livros, filmes, tudo funcionou. Um subtexto delicioso acusava ainda os chineses de corromperem a integridade sexual de jovens americanas em troca de umas baforadas saborosas. Como sempre, na história moderna das drogas, o feitiço voltou-se contra o feiticeiro: nos anos 50 a heroína já era popular fora dos bairros chineses e nos anos 60 integrava, massivamente, a dita contra-cultura. Moral da história: o que as pessoas querem - e muito - acaba por estar disponível em toda a parte.
Não percebo tanto drama! Qualquer mulher percebe do que é que MJNP está a falar e porquê! Deve ser esse o filtro…. Mas enfim, é a sempiterna pecha portuguesa de filosofar acerca de coisas práticas e operacionais, que são completamente óbvias e pertencem ao foro do senso (o bom e o comum)! Somada ao complexozito abrilista que não faz destes opinadores cidadãos iluminados, como presumem, mas antes handicapés sem direito a pensão do estado (já basta que a nação suporte os custos sociais e económicos da pandemia dos seus complicómetros). Qualquer português culto e pensador que fosse dotado de - sempre louváveis - intenções metafísicas devia fazer um cursozito de gestão (nem que fosse daqueles para totós). Para ver se subia ao espaço sideral sem perder a ancorazita que o liga à terra… O AP até reconhece que não vai às lojas dos chinocas e tudo!!! Nota-se… E então não conhece o seu perfume encantador, e nem mesmo deve reparar nas maravilhosas flores de plástico que enfeitam pateticamente o exterior, à porta de entrada… Para alguns o trompe -l’ oeil resulta mesmo, está visto. Pois. Mas eu entro, quando uma loja dessas me aparece à frente! Uma dona de casa jamais renuncia a comprar sacos do lixo de fecho fácil a metade do preço; boas molas de roupa transparentes; telas armadas para o filho artista esborratar sem dano no orçamento; ou até o abanico liso ao pé da caixa, igualzinho aos do corte inglês. Fica ali mesmo a calhar quando tudo o mais fechou, é verdade que sim! Aliás, na mesma linha da MJNP, é hora de a CML (e já agora a CMC) impor horários alargados aos lamechas dos comerciantes tradicionais da(s) baixa(s). Subscrevo 100%. - Mas qual é o problema da chinatown? Eu acho divertido e muitíssimo bem, e nem sou racista. Quanto aos que são e disfarçam, que se flagelem como queiram: não escrevam, basta escolherem casa no bairro da dita cidade oriental. (E já agora, quanto às excepções dos restaurantes, será preciso muito para perceber que isso não desmente, mas só prova QED? Não é a nacionalidade que interessa, mas o tipo de a qualidade de comércio!!)
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