No primeiro ano trocámos cumprimentos, no segundo começámos a falar de futebol, do terceiro ao sexto continuámos a falar de futebol. Todas as semanas, a dias e horas certos, ele servia-me um café. Éramos amigos no sentido aristotélico da palavra. Não sabíamos nada - ou quase nada - um do outro, mas mantínhamos uma relação estável com vista para a cidade. Agora, no início do sétimo ano, lectivo, não o encontrei. Morreu novo e ao sol, com um cancro serpenteante. Sentirmos a falta de alguém que não conhecemos, honra o ditado do estagirita; o café é que vai passar a ser bebido noutro sítio.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.