O que rompeu a família não foi a liberdade sexual e económica das mulheres nem Freud nem Nietzsche. O manual de Manuel Belchior ( "Carta a um soldado de África"), publicado pelo exército português em 1961, explica: "o preto chama pai a todos os homens e mãe a todas as mulheres que pertencem à geração anterior à sua". Belchior, coitado, deseja que "o preto alcance o grau europeu", mas para isso "será necessário que se sinta protegido por qualquer organização acima da família". Não existe tal organização. O dictat juvenil ( ser jovem é uma condecoração obrigatória e não uma transição) e a desqualificação da maturidade (ou até o desprezo, como no caso dos velhos enfiados nos lares) entregam-nos, evidentemente, a nós próprios. Temos mais liberdade mas menos protecção. Quanto ao Estado, basta ler a Antígona.
Já quase não frequento blogues. Hoje resolvi dar uma espreitadela por alguns. Sabia que o seu era bom, não me lembrava de que era tão bom. Deliciei-me.:)
Parece-me ver aqui o assumir de uma espécie de "naturalização" do papel da família para com, por exemplo, filhos e ascendentes. e a tua defesa dessa ideia é assumida por contraposição à usurpação que, supostamente, o estado terá feito das esferas da acção da família. é isso ? se é diz-me, para eu discordar
ok, a minha atenção permanece, não é infecciosoas é apenas infecciosas. a série pode não ter pretensões, agora eu quero é perceber as ideias, mas pronto...
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