A mentira é essencial numa relação amorosa. Nos bons tempos, ela organizava o espaço e permitia zonas de sobrevivência: ele contentava-se com o sexo fácil ocasional, ela com uma paixão secreta pelo colega de escitório. Nenhum deles impunha a verdade dos seus grunhidos e suspiros. Hoje, como somos todos muito intimistas e verdadeiros, somos incapazes de conter as convulsões. A verdade exige que as nossas histórias sejam reescritas continuamente. A autonomia das entranhas devolve-nos, no final, uma vida estilhaçada. Mas verdadeira.
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