A SERINGA É UMA ARMA ( As munições são fornecidas pela casa):
Já aqui argumentei o suficiente sobre o assunto, sabendo que ,quando o programa arrancasse, os críticos ferozes da coisa não estariam interessados em argumentos ( muito menos nos meus). A minha formação na área incluiu a prática ( distribui seringas na rua em 1993, trabalhei na prisão em 1994 e numa unidade de desintoxicação durante cinco anos) e a teoria ( tenho um dos melhores arquivos nacionais sobre história e geopolítica das drogas). Argumento de autoridade? Nada disso: apenas a prova de que me interesso suficientemente sobre o assunto para gostar de discutir. Argumentos, claro. Não considero este programa das coisas mais úteis ou mais interessantes que existem na política de drogas. É apenas uma medida sanitária que decorre da opção que temos feito: o envio do consumo de drogas para a obscura ilegalidade. Porque as drogas são ilegais, muita gente se mete em sarilhos e acaba na prisão; porque as drogas são ilegais, são um bom negócio; porque são um bom negócio, os funcionários prisionais introduzem-nas nas prisões; porque os funcionários corruptos não são assistentes sociais, o resultado, em meio fechado, é a degradação das condições sanitárias. O programa é uma forma de reduzir os danos provocados pela opção inicial. O historiador das drogas sorri sempre que lê ou ouve proclamações inflamadas sobre a certeza científica da guerra às drogas. Desde o início do século passado, nas Filipinas, que as interdições mais brutais foram experimentadas ( não contabilizo sequer o édito imperial que Yung Chen assinou em 1729) . Mas os bravos do pelotão persistem em apontar aos cépticos a responsabilidade pelos falhanços sucessivos. São uma espécie de marxistas científicos ( alguns andaram por lá, de facto).
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.