Habita na casa deste vosso escriba uma feminista sobre-moderna. Aos três anos ainda acompanhava a síntese Beauvoir-marxista: estávamos a brincar aos castelos e eu salvava-a sistematicamente de um crocodilo de plástico. A páginas tantas, depois de ter adoptado um ar de enfado, solicitou-me que trocássemos de papeis: eu passsava a ser a dama em apuros e ela a amazona salvadora. Agora, aos oito anos de idade, navega nas águas do feminismo cibernético da Donna Haraway. No outro dia, foi a uma festinha. Eram seis miúdas e um rapaz. No regresso, estranhando a coabitação imprevidente, perguntei-lhe a que tinham brincado:
-Às princesas. - Então... e o rapaz foi o príncipe? - Não. Foi o pai. - Como? Porquê? - Porque não quis ser o bebé.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.