2113 pessoas atendidas, 567 protocoladas, 286 aptas a trabalhar, 174 efectivamente a trabalhar. Isto é um típico programa de redução de riscos e muito contente fiquei quando vi a lista de personalidades que manifestaram o seu apoio a Rui Rio. É que nessa lista estão pessoas que habitam áreas doutrinárias normalmente avessas a programas deste género.
Se repararmos, metade dos protocolados - quer dizer, lavados, alimentados e provavelmente a consumir drogas ilegais ou de substituição - não estão aptos a trabalhar. É coisa normal num programa de redução de riscos. A eficácia das políticas de redução de riscos depende sempre de um factor essencial: o tempo. A interrupção do "Porto Feliz" - como a asfixia de outros programas - confirma que em Portugal a droga rende é na demagogia eleitoral ou nas peças jornalisticas feitas para excitar.
É bom lembrar, no entanto, que o objectivo inicial de Rui Rio era acabar com os arrumadores na cidade. A fantasia jacobina já deve estar, por esta hora, guardada em lugar seguro. Uma boa política de drogas é uma política da realidade.
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