Rezava um velho fadinho coimbrão: "morrer é estar o dia todo inteiro sem te ver". Em parte. A definição de morrer é um erro sociológico: o sujeito só conhece o objecto quando já não pode ser sujeito de novo. Assim, levar a coisa para o infinito ( não há dias inteiros porque há noites) é um movimento de cabra-de-leque, portanto, uma ilusão de óptica. Quando os outros nos morrem é que os vemos muito bem. É o único sentido que permanece independente da psicose.
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