Vou lendo que o dr. Watson foi perseguido pelo lóbi do politicamente correcto, porque teve de recuar na sua científica certeza sobre a inferioridade intelectual dos negros. A ciência refém dos bem-pensantes, o mundo está perdido etc. Muito bem. O dr. Charcot, famoso cientista colega de Freud, afirmou ( 1887) que a patologia do judeu errante, a neurose, era hereditária entre os judeus; afirmava também que a histeria feminina "era natural nos árabes e nos orientais em geral". Drumont, em La derniére bataille ( 1890), achava que os trabalhos do cientista Charcot explicavam "o modo como os judeus conseguem dominar toda a França, roubando-lhe toda a sua energia". Se Watson repetisse, cientificamente, as teses de Charcot - "os judeus são hereditariamente malucos" -, a crítica às suas palavras também seria um vergonhoso ataque à ciência e ao debate?
Só uma pequena correcção: ao que parece, o dito cujo reconheceu que essas afirmações não tinham qualquer base científica. Mas isso, ao "pessoal incorrecto", não importa nada: já decidiram que é um ataque ao desenvolvimento da ciência. Nesta história, o Dr. Watson já é (na verdade, sempre foi) perfeitamente irrelevante.
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