Um tribunal diz que um cozinheiro infectado com o HIV pode infectar os comensais através do suor, a brigada do pé franco ( que eu gostava de ver comer os pratos do chef) diz que o HIV é muito pouco resistente ao ar. Estas duas atitudes mostram por que motivo Portugal lidou ( e lida) tão mal com o problema. Uma é anticientífica, própria de uma cultura do medo; a outra, na ânsia tolerante-chic, deixa as pessoas a pensar se será assim tão urgente trocar seringas nas prisões.
Creio (corrija-me se estiver errado) que o problema com as seringas na prisão tem a ver com a totalidade de doenças contagiosas que podem transmitir e não somente com a SIDA.
Se eu fosse cozinheiro profissional ( cozinho para os amigos) e estivesse infectado com o HIV deixava de cozinhar. O hotel deveria ser obrigado a arranjar outra função para mim e eu aceitaria aprender outra função.
Filipe,suspeito que sou da brigada do pé franco. Para mim, até prova em contrário, um médico do trabalho ou um juiz da Relação, é uma besta. Mas não te parece haver uma diferença entre usar a mesma seringa e cozinhar alimentos? Uma cultura científica diz que o risco de um seropositivo de SIDA infectar através da preparação de alimentos, ou da execução de cirurgia, é...quase nulo, ou nulo. Estou enganado?
Luís: Cozinho regularmente e, dizem os amigos e irmãos, relativamente bem. Já me cortei diversas vezes, quer na preparação ( limpar peixes, carnes, etc) quer na confecção pp dita: recheios, empratamentos, etc. O que me ensinaram quando trabalhei para a Comissão Nacional de Luta Contra a Sida foi que basta uma gota de sangue para poder causar uma infecção por HIV.É nesta perspectiva que escrevi o que escrevi: cozinhar é difícil, arranjar outra função para a pessoa talvez não seja assim tanto. Claro que se pode sempre ter um cuidado extremo. Uma prostituta/o também pode estar infectado/a e continuar a trabalhar no mesmo bordel de sempre. É uma questão, digamos, pessoal.
Filipe, a tua resposta não é satisfatória. Um cozinheiro deve ter os cuidados universais relativamente às suas feridas. A situação não é comparável à de uma prostituta. Comparações destas (seringas, prostitutas e cozinheiros) são deseducativas. As pessoas apanham Sida através do sexo desprotegido, da partilha de seringas. Quantos casos há de aquisição do vírus através de comida? Posso responder: nenhum (segundo o forum Body) Abraços
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