A psicologização fez-nos acreditar que o desejo necessita de alvos novos, porque senão morre. A intimidade ganhou os galões com a psicanálise, no início do século passado. Esta doutrina acompanhou a sossegada revolução narcísica que desde há mais ou menos cinquenta anos nos tornou num somatório de experiências: queremos ser desejados, mas acreditamos - e bem - que ninguém o pode fazer durante muito tempo. Brinquedos novos.
Já o desejo que se alimenta do desejo é outra história. Exige o reconhecimento da nossa solidão, obriga a que compreendamos que o outro deseja, simplesmente. E isto sem favor das nossas belas funcionalidades. É um trabalho religioso.
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