Se o PSD se profissionalizar, as coisas mudam. Quadros profissionais significam maior dependência da direcção central, ou melhor, um outro tipo de dependência:
1) Enquanto hoje as distritais podem eleger chefes distantes da direcção, no futuro serão meras filiais subordinadas aos objectivos gerais da "empresa". Aquilo que Renzo Felice designou como processo di fascistizzazione passou pela reconversão dos funcionários do Estado em rappresentanti neutri: super-partes do orgão central com a missão de distinguir entre fascistas e anti-fascistas. Também a profissionalização do partido tenderá a obter uma homogeneidade que obrigará a distinguir entre os que trabalham ( literalmente) para o partido e os que perturbam o partido.
2) Por outro lado, e mais importante do que o estatuto profissional, os novos quadros transportarão consigo a mensagem central: estamos aqui para "alcançar objectivos". Isto é um problema porque poderão ser definidos objectivos apenas porque são "alçançáveis" e não porque sejam bons em si mesmo. A despolitização, na sua marca d'água - o populismo -, aparecerá fresca e brilhante: os profissionais ouvem o povo e respondem ao que ouvem.
muito bem! o meu amigo, amiude, e com razão, apelidado de socrático, mais até do que alguns que eu conheço, está muito familiarizado com a terminologia das tribos. Acontece que escusa de ser tão sectário. É que federações é apenas uma terminologia que se utiliza no PS. No PSD e no CDS chamam-se distritais, no PCP comité central e no BE doutor louçã.
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