A SIC abre os telejornais, sistematicamente, com notícias de acidentes de viação. Ontem abriu com um acidente do qual "resultou um ferido grave que não é tão grave assim"( sic). Devem ter tido bom share à custa das vítimas do autocarro de Castelo Branco e vai daí toca a explorar o filão. Do lixo popular recente, apenas o filme sobre Pinto da Costa não os interessou. Talvez por solidariedade com os canitos do dito.
Acho que as "cachas" jornalisticas e Pinto da Costa sejam dificeis de conciliar. E de concorrer com acidentes de viação ou outros "estampanços". Mesmo em histórias mais recentes, viu-se que quase todo o espalhafato resultou antes de muita manobra trapalhona de outros veiculos atrelados, que nunca circulariam com motor próprio ou pagando a propria gasolina ou diesel. Depois, podia acrescentar-se que Ele é espartano no uso de adjectivos - não anda sempre a usar "maior", "glorioso", "instituição", "retumbante", "nova era". Por outro lado, parece-me que contextualiza melhor os verbos, i.e., não usa "estrebuchar" ou "expoliar" sem saber o que tal pode querer dizer. Estes talentos prestam-se a afugentar muitos dos "jornalistas" que por aí andam, que se quedam exangues quando têm de processar ou contra-argumentar seguindo raciocinios com mais do que um salto lógico. Este último ponto explica ainda as dificuldades em 'ligar' personagens públicos que, ainda que não desprovidos de ambiguidades, se revelam incontornáveis mas também elusivos com conteúdos de películas de "vão de escada" alimentados por alarvidades catalisadas por (muito) ressabiamento. Condensar tudo isto num formato de lixo telejornaleiro implicaria sempre um esforço ou trabalho muito superior ao do 'golpe d'asa' que se consegue, por exemplo, com uma simulação digital do menino atropelado duas vezes; do autocarro que cai pela ribanceira; ou nas assembleia, entrevistas e declarações de muito "fogo-fátuo", que se presume fogo de arraial, e anda para aí a piscar (sem cintilar) no breu paisagistico do jardim á beira-mar plantado!
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