1) Compreendo que quem sempre andou na vida pública, política ou profissionalmente, não aceite, sem desconfiança, o alinhamento ocasional de fulano com as políticas de beltrano. Os legionários sabem bem que não há almoços grátis: um alinhado com uma política do inimigo, qualquer que ela seja, é necessariamente alguém que quer alguma coisa, ou alguém a quem foi prometida alguma coisa. Há no entanto quem só jante; e só com quem lhe apetece.
2) O discurso do pessimismo é necessário quando olhamos para o ar bovino de gerações inteiras à espera de um toque de telemóvel. Mas se a essas gerações só chega esse discurso, elas trocam de telemóvel. Por outro lado, a gente que vive realmente mal não chega a ler a prosa apocalíptica: está demasiado ocupada a tentar sobreviver ou à espera de um fim indolor. Dir-se-ia até que o discurso pessimista não se preocupa em chegar àqueles que deveria interessar.
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