O meu herdeiro mais velho teve dois feriados no primeiro período do corrente ano lectivo. No ano passado a média foi de um feriado/mês. Está no 9º ano. Quando o garoto estava no 5 e 6ºanos, tinha uma média de três feriados por semana. O que mudou? Aulas de substituição e obrigatoriedade dos professores permanecerem na escola durante o horário escolar. Na altura foi garantido que esta reforma ia ser a) um fracasso, b) contraproducente, c) perigosa. É a cartilha do pensamento conservador (para os que conhecem Hirschman ou a mentalidade portuguesa).
Você está mal informado: os professores sempre foram obrigados a permanecer na escola durante o horário escolar (e como não?). O horário de permanência nas escolas é que foi alterado - medida aparentemente acertada e, sem dúvida, muito popular, mas que é apenas um produto (risível) do habitual discurso abstracto (i. e. desligado da realidade) sobre a Escola. Esse alargamento horário, fora do período lectivo, note-se, não corresponde necessariamente a uma melhor "utilização" do tempo no trabalho de um professor. Pois que é de professores que se trata, lembram-se? Por outro lado, ainda estou para ver em que é que a fantasia das substituições (só a expressão 'substituição' mostra que quem a preconiza não sabe do que fala...) não acaba, na verdade, por ser contraproducente (sim, contraproducente) ou, no mínimo, inútil (a não ser que se pretenda um entretenimento infantilizante...) - mas reconheço que, até ao 9º Ano, a medida, se bem aplicada e com outras regras, nao será descabida. Arremessar com o Hirschman ou carimbar de "conservador" não tem qualquer valor argumentativo (pelo contrário): o que importa é saber se há bom senso nestas coisas ou não.
Era tão bom ter feriados. Coitados dos putos. Ainda se aprendessem alguma coisa nas aulas de "substituição"... Há um certo artificialismo nesta medida.
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