Apagar as referências religiosas dos nomes das escolas secundárias ( segundo o Correio da Manhã). Seguir-se-ão os bairros e as freguesias? De Santo António dos Olivais para Olivais? Na prática já nos referimos ao bairro dessa maneira, mas os teóricos desconhecem a prática... E os hospitais? O Hospital de Santo António passará a ser o Hospital António: "Vou ali tirar um apêndice ao António", diz o Zé ao Rui, sendo que o Rui pede a todos os santinhos ( em sotto voce) não voltar a estar a sós com o Zé. É extremamente interessante ( como diria o saudoso Eduardo Prado Coelho) ver como as pessoas aceitam tudo isto sem bulir. É a inferioridade moral da direita religiosa?
Como seria de esperar, não é bem assim. Aliás, basta ler o corpo da notícia do Correio da Manhã para perceber isso. Como de costume, alguns jornais não têm pejo em fabricar títulos bombásticos que distorcem ou alteram a verdade.
É verdade, e por isso fiz a ressalva "segundo o Correio da Manhã". No entanto li a notícia e o problema é o tal "não é bem assim" Então é exactamente "como"?
Não me espanta, era de ver que a cretinice alastrasse.
As crianças frequentarão o Colégio José ou o Colégio Teotónio... O Colégio do "Menino" (how convenient!). E não sei se o Jardim- Escola passará a João, tout court, não vá o apelido do fundador soçobrar erroneamente na revoada... Viveremos no Bairro da Clara, nasceremos na freguesia da Cruz (se a dita resistir). Os Direitos alojarão os profs. na Ala de Pedro... a arquitectura no Jerónimo...e os Olivais podem passar a Cumeada, já agora, só para fazer pirraça ao governo. (Desta gostaria...)
Já a Rua da Sofia, essa salvava-se: - quanta visão a dos nossos antepassados!
Mas o pior é se atrás do laicismo qualquer dia vier o republicanismo bolorento. Passaremos então a atravessar Coimbra pela *Ponte Isabel* (apesar de eu nunca ter gostado do nome que lhe deram).
Que kitch!
Isto são doenças portuguesas: 1- mudar obsessivamente os nomes por decreto; 2- regulamentar absolutamente tudo. O trágico é que é para não mexer verdadeiramente em nada.
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