Perante a possibilidade da criação de um novo partido socialista deitei contas à vida: já em miúdo adorava coleccionar autocolantes. Pensei em Partido do Progresso e isso fez-em lembrar qualquer coisa. Fui vasculhar e encontrei: já houve um. A 6 de Maio de 1974, Fernado Pacheco de Amorim fundava o "Movimento Federalista". Acompanhavam-no José Miguel Júdice, Nuno Cardoso da Silva, José da Costa Deitado, entre outros. O objectivo do partido ( estas coisas com o dr. Júdice são sempre originais) era dar corpo ao projecto de Spínola e das teses de "Portugal e o Futuro" ( do qual tenho uma 1ª edição autografada que me foi oferecida pelo meu falecido sogro coronel do exército e à epoca envolvido em algumas situações). Não sei exactamente porquê, mas o movimento passou entretanto a "Partido do Progresso" e acabou por se dissolver depois da aventura da maioria silenciosa ( o 28 de Setembro). Mas a sua curta existência foi suficiente para impedir o nome que Amaro da Costa e Freitas do Amaral quiseram dar ao partido que estvavam a fundar. Freitas menciona o episódio numa linha das suas memórias políticas ( O Antigo Regime e a Revolução) sem dar a conhecer aos leitores o que era o tal Partido do Progresso e sem referir o nome de Júdice ( provavelmente desconhecia a composição do movimento). E assim o "Partido do Progresso" ficou "Centro Democrático Social". Mas era um bom nome para o novo partido de Alegre.
O dr. Júdice aderiu a esse partido antes ou de pois de ter tentado entrar para o Movimento de Acção Portuguesa (MAP)?´ Faço esta pergunta porque ando muito curioso em seguir o percurso qe Judice fez da extrema direita até ao PSD e que corre o risco de acabar no PS!
Caro mitómano, Tanto quanto sei, o MAP tinha à cabeça o Rodrigo Emílio, o Goulart Nogueira e o Rebordão Esteves Pinto ( que depois casou com a Vera Lagoa). O Júdice não se terá ligado a este grupo, até porque também o MAP se dissolveu depois do 28 de Setembro. Mas eram movimentos-irmãos.
Fiz esta pergunta porque aqui há uns tempos li num blog de um amigo de Rodrigo Emilio que Judice teria tentado entrar para o MAP. R. Emilio, após ter sido informado do interesse do seu primo em entrar para o MAP terá tecido um comentário pouco elogioso a Júdice, dizendo qualquer coisa como: o Zé Miguel? Esse nunca entrará no nosso antro... Mais tarde verificou-se que R. Emilio tinha razão, porque nunca mais ninguém ouviu falar do "Zé Miguel".
Fiz esta pergunta porque apesar de não simpatizar minimamente com os ideais defendidos por R. Emilio (e amigos) ainda simpatizo menos com certo tipo de mudanças de opinião...
E bate certo: nunca terá chegado a entrar para o MAP, tendo-se ficado pelo grupo da Cidadela ( editora de Coimbra) e Movimento Federalista/Partido do Progresso
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