A gratidão é um sentimento caído em desgraça. Muitas vezes olhada com suspeição, frequentemente com desprezo ou, pior, com espanto. Os mais novos acham que o mundo é deles, os mais velhos entendem que o mundo lhes deve uma vida de dedicação. Uns e outros tratam a gratidão como as hienas tratam um moribundo. O Directório do Culto de Westminster ( século XVII) avisava os fiéis que era preciso cantar com a Graça no coração. De facto, a gratidão não é cerebral. A Graça que recebemos não é nossa - pelo menos no sentido em que um carro ou um presunto é nosso -, é um elemento que só faz sentido se partilhado. O hoshiana hebraico, mais do que aclamar Cristo ( hossana) , significa um pedido ( a Deus) de salvação. Para todos. O desuso da gratidão poderá significar a descrença na salvação; mas também poderá valer pela fé racional na nossa omnipotência. O que é muito pior.
Belas palavras. Tmo muitas vezes consciência de que, por vezes, não manifesto sificientemente a gratidão que sinto para com os outros, particularmente aos que me estão mais próximos. Por estranho que possa parecer, a sensação desta Graça de que fala, assola-me constantemente e, desde há algum tempo, sinto-a como uma espécie de "lente" e, acredite, permite-me "ver" a vida - o bom e o mau - de uma forma que me "faz bem". Creio que este é o motivo pelo qual a crença generalizada na nossa omnipotência - com que deparamos a cada momento - passou a afigurar-se-me chocante. Bem haja.
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