Na
Quadratura do Círculo ( que mesmo semi-imobilizado por causa do nervo occipital em pior estado do que a perna do Mantorras eu não perco), António Lobo Xavier, Pacheco Pereira e Jorge Coelho, cada um no seu registo, rebateram a tese da possível influência da
Sonae nas recentes investigações do
Público sobre Sócrates:
1) ALX disse ser insultuoso pensar tal coisa e JC disse ser impossível a tal tal coisa ter acontecido. Talvez, são convicções. Sei, como espectador retirado, que Belmiro de Azevedo disse que a OPA sobre a PT era o grande projecto da sua vida e que o governo o impediu. É
completamente impossível que o dono de um grande grupo económico que tem um grande jornal resista à tentação de sugerir/libertar/mencionar/encorajar uma
vendetta?
Não.
É
feio pensar que Belmiro de Azevedo cedeu à tentação?
É.Também Sócrates acha insultuosas certas coisas que se pensam ( nem tudo são "factos"...) acerca dele. É vergonhoso e atentatório da liberdade de expressão ter medo de discutir
tudo isto?
É sim senhor.
2) JPP satirizou as hipotéticas ligações entre os interesses e os ódios do proprietário de um jornal e as investigações ( ou ausência delas) que esse mesmo jornal realiza ( ou não). Mas JPP não tem dúvidas quando o caso é com o
JN do Porto. O JN é detido pela Olivedesportos, que namora a facção do PSD portuense afecta ao FCP/Menezes e que é visceralmente
anti-Rui Rio. Neste caso JPP não se coíbe de comentar a linha editorial do jornal. Já o fez diversas vezes e aqui chega mesmo
a ser explícito. Em que ficamos?
3) A
liberdade "do falar" (a
isegoria do gregos) não é importante apenas quando é contra os chefes políticos. Também é importante mesmo que afecte
outros círculos poderosos. Aliás basta ver que mais facilmente o homem da rua diz mal em público do PM ou do autarca do que do seu patrão ou do juiz da terra.
Quem a tem chama-lhe sua et pour cause...
4) Também é sintomático ver o
desinteresse pela questãozinha das
incompatibilidades do estatuto de
deputado com "outras actividades". É muito complicado? Descompliquem. É difícil e tem de se ver caso a caso? Vejam à vontade que
nós esperamos.