A ETA atacou antes das eleições. Zapatero, o negociador arrependido, deveria ter sido penalizado. Ou não foi assim que foi lido o atentado de Atocha por aqueles que não digeriram a derrota de Aznar nem as promessas de Zapatero? Podem rosnar os vulturinos contabilistas que 300 mortos é diferente. Talvez, mas o terror exibe sempre o seu penacho simbólico. E a democracia, felizmente, também. Hoje como ontem.
no termo do seu mandato, a Espanha está menos perigosa, menos violenta e menos crispada que há 5 anos atrás, apesar do assassinato ocorrido. Foi por este balanço que Zapatero ganhou. No final do mandato de Aznar, a Espanha estava mais violenta, muito mais crispada com as suas regiões e graças aos delírios no Iraque, muito mais perigosa, como nunca esteve desde o final da guerra civil. Foi por este balanço que o partido de Aznar perdeu.
O sentido do meu post é o de esperar o que os comentadores - que não diferiram a derrota de Aznar nem as promessas de Zapatero - vão dizer, caro Rui. Agora menos crispada e menos violenta, tenho muitas dúvidas. De qualquer forma vou rectificar o post para não haver mal entendidos.
Se bem me lembro, o governo de Aznar não foi penalizado por ter tido uma política de não-negociação com a ETA, mas porque tentou esconder a verdadeira autoria dos atentados do 11.3. antes das eleições. Uma coisa bem diferente do "erro" de Zapatero, não é?
O que que muito disseram foi que a AlQaeda tinha ajudado Zapatero e influenciado as eleições. Eu e o PC tivemos esse debate aqui no Mar Salgado e dissemos o mesmo: os espanhóis não se deixaram influenciar por isso, o PP caiu de gasto.
Também tenho os espanhóis em melhor conta do que achar que votaram em Zapatero por medo do terrorismo islâmico. O que os eleitores não perdoaram foi a aparente desonestidade. Mas admito que isso é especulação.
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