O vídeo da aluna do Porto é o equivalente actual dos dois minutos de ódio de "1984". Nos cafés, nos blogues, nos jornais, toda a gente quer enfiar um par de estalos na miúda, toda a gente se baba de raiva, toda a gente vê as imagens religiosamente. Finda a stasis, toda a gente regressa ao brando rumor da vida.
Pode-se ir por aí, mas também no 1984 as crianças eram estimuladas a odiar os pais e a denunciá-los, bem como aos outros adultos. Tinham mais poder que os adultos normais. Sinceramente foi nisso que pensei ao ver a já famosa cena professora /aluna, mas posso estar errado...
Uma boa comparação. E como apertam, nos media, as saudades do doutor salazar.
Sabemos sempre o que vai acontecer a seguir: a denúncia do "bom selvagem", a admoestação do "eduquês", o elogio da "menina dos cinco olhos" e da vara de marmeleiro, os importantes benefícios do "par de estalos".
Há alguma coisa neste povo que o puxa irreprimivelmente para a sã imbecilidade do Portugal dos anos cinquenta.
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