É escusado que não consigo fingir agressividade num BenficaxSporting. Há um ar de garage party nestes jogos com o Sporting, com o Belenenses ou com o Atlético. São vizinhos pequenitos que nos convidam, temos de levar bolo ou ácidos e sim, talvez lá partamos qualquer coisita. Mas não conta. Com o FCP é diferente: o estômago embrulha-se-me, a garganta pede vitamina B fermentada com lúpulos activos. É uma batalha pela Civilização, pela Cultura e pela Paz, contra tipos perigosos que comem tripas e assustam treinadores do Chelsea. É outra louça.
Fervorosa -mas não cega - adepta benfiquista, vejo finalmente escrito o que desde sempre defendi: os nossos verdadeiros adversários estão mais a norte, na cidade em que se trabalha, na região mais portuguesa de Portugal, enfim, onde a turba é, civilizacionalmente mais densa, intelectualmente mais profunda - no sentido de que se leva mais tempo a lá chegar...- e profundamente mais irritante. Passei um Domingo tranquilo, sem preocupações de maior com o jogo, à excepção das que decorrem dos confrontos entre claques - que se exterminem entre eles é até um favor que nos fazem, o pior são as balas perdidas e os inocentes que passam - e da aflição que sinto no final dos jogos com as declarações de alguns dos protagonistas, Camacho incluído. É que já ninguém aguenta o "salir a ganar", o "cien por cien" ou "o futebol é isto", "temos que olhar em frente e pensar no próximo jogo" ...
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