A crueldade é militar. Vive mais da relação de forças do que da consistência moral. Uma mãe que abandona o recém-nascido na lixeira ou um filho que se mostra insensível ao sofrimento do pai são processos sem juiz. A crueldade pode portanto ser crime ou afecto, mas é sempre eficácia em movimento. A decisão, o ataque à garganta, a escolha do momento absolutamente certo. Pode ser própria do mais fraco, mas bem executada altera a correlação das forças. Clausewitz demonstra como Frederico II, em inferioridade numérica, ganhou a batalha de Leuthen : enviou o grosso das tropas ao coração dos austríacos. A crueldade é, frequentemente, o que em cada momento é necessário fazer, e o momento não se julga; quando muito, há-de julgar-nos.
Isso quer dizer que o resultado é o que confere valor ao acto? Hummm... Então, não há maldade na crueldade ineficaz? Então e não podemos prever o resultado provável do acto (= responsabilidade)? Então deixamos todos os ajustes de contas para o julgamento do tempo, sem dar lugar à resposta? A da defesa furiosa, a da vendetta. Tão natural quanto a crueldade:):)
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