"É o culto divino da saúde que é a fonte da alegria e da beleza, do desejo actuando sobre a herança ou a lembrança. E desta acção resultará o nosso Renascimento. Eu sou capaz de perder uma noite , com o cigarro na boca, a redigir um discurso contra o tabaco. Desprezo o mal que me causa o cigarro, mas incomoda-me o prejuízo que ele faz ao meu vizinho. Antes de tudo, combatei a fealdade pela cultura da saúde. Sede um belo animal, uma bela e boa matéria-prima do espírito. O sentimento de sacrifício, para ser, exige aquele excesso de vida que nos leva a desprezar a morte e a trabalhar alegremente. "
Este pequeno trecho de Pascoaes ( Arte de Ser Português, página 47) recorda aos desaparafusados que a cultura da saúde (e sua uniformização) não é exclusiva dos tempos higenistas de hoje nem nasceu com o fascismo. Por outro lado, lembra como a revolta romântica ardia por fundar um homem novo e puro: os saudosistas-tremendistas de hoje também. Nada muda. Nem a ignorância.
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