A crítica mais popular é a que aponta ao judaísmo um desejo de expansão, a segunda, menos assumida, reside na escolha do local. Em comum o pretexto: antes eram perigosos apátridas que renunciavam a Cristo, depois passaram a invasores da terra alheia. O resultado teria de ser, inevitavelmente, um conflito interminável. Uma novidade no entanto: se no passado os judeus foram atacados um pouco por todo o lado, com a criação de Israel passaram a habitar um couto de caça. E aí há sangue, muito sangue. No prólogo à edição hebraica de Totem e Tabu, Freud conta que um dia lhe perguntaram : "O que há em ti de judeu se já renunciaste a tantos elementos comuns com o judaísmo ?" Freud respondeu: "Muitas coisas, talvez todo o essencial". É possível, portanto, criticar excessos e fundamentalismos no sentido eisenstadtiano do termo ( auréola superior, missão salvífica, etc), que existem em todas as religiões, mas reconhecer, como Freud, o principal: têm direito a uma terra e têm direito a defendê-la.
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