DUPONT & DUPOND: Na melhor das hipóteses, será Manuela Ferreira Leite a disputar as eleições com José Sócrates. E a "alternância democrática", desencarnada do que lhe dá sentido substancial - a sucessão no poder de políticas alternativas -, reduzir-se-á ao pior dos sentidos possíveis da expressão: a alternância dos círculos de privilegiados e clientes.
PC: A única coisa em que concordo consigo é que o pior sentido que pode tomar a alternância democrática será sem sombra de dúvida a 'polka' das clientelas (a coisa liga bem com uma dança russa...). Mas você acredita mesmo que nessa matéria a diferença esteja só no ‘spelling’ (… Dupont & Dupond)?! Acho francamente que está a ser muito injusto com MFL. E acho tb. que é impossível não se dar conta disso, mesmo que odeie o bloco central, em versão alternativa ou societária...
- Olhe, sabe o que lhe digo? :)Adoramos andar sempre a acenar com esse fantasma (atitude que tem um lado bom, o consolo de exercermos uma certa vigilância cívica; e um lado mau, que é o sentimento de rejeição do não-convidado). Mas em qualquer dos 2 casos, vendo bem, isso tem muito de ‘pueril’. Seja como for, vamo-nos ocupando da arraia-miúda (ou do pequeno clientelismo, se quiser). Claro que o fenómeno não é recomendável, mas existe em qualquer democracia. A ponto de, na mais velha do mundo moderno (USA), ter chegado a um estádio em que se assume sem equívoco, descomplexadamente. É o conhecido ‘spoils system’, de que trata qualquer manual. E que pode ser um sinal para as democracias de berço (contra as tais puerilidades…nem mais). Depois… depois o essencial tem ficado de fora do nosso alcance. O clientelismo a sério. O clientelismo que nos exclui, e expropria, e diminui, sem muitas vezes sequer darmos conta (às vezes, simplesmente porque não é possível). O dos lobbies perenes e subterrâneos, que operam escondido, mesmo. Como profissionais, sem brincar em serviço (nomeadamente, sem brincar aos pais e às mães, às casinhas, aos directores e às secretárias, aos santanetes e aos sócretinos… outros lados da tal puerilidade...). - Está a ver a coisa?!) É por isso que não posso concordar consigo. Porque esses clientes não mudam da pista para a cadeira e vice-versa, ao som da polka, quando o maestro é substituído. OS PRIVILEGIADOS E CLIENTES, AQUELES QUE DE FACTO NOS LESAM, SÃO SEMPRE OS MESMOS. SEMPRE. Os maestros e os eleitores são seus meros criados (mudos).
Teresa, há já mais de 5 anos que escrevo nesta tasca, algumas vezes sobre política. Esse "passado" dá-me, pelo menos, uma autoridade: mostra que não costumo dizer mal por dizer, nem tenho o enfado daqueles que acham que é tudo a mesma... coisa. Agora, se de facto me parece que MFL não é uma "alternativa" às políticas do PS, não vejo que seja uma "puerilidade" dizê-lo (não percebi muito bem - acho - a parte do "sentimento de rejeição do não-convidado"). Numa coisa concordo consigo: de facto, a maior parte da clientela não depende de quem conjunturalmente governa. Mas - está a ver como não sou um cripto-pessimista... - não acho que tenha de ser forçosamente assim.
não acha estranho, caro PC, que o pressuroso FNV, depois do debate de ontem, ainda não ter vindo a terreno saudar a contable das ideias pueris ? será que vai fazer como esse invejoso do adjunto do mourinho, não-sei-quê-silva, que ontem na bola me incluiu, apenas, no rol dos adjuntos que ganham títulos ?
PC Só uma nota, if I may. Acho que tomou o meu comentário pelo que não era: -como se as minhas livres apreciações o tivessem a si como alvo. Ora, nem a "defesa" de MFL me levaria a cometer tamanha grosseria. E além do mais leviana. Eu de facto discorri em geral e com convicção, mas não o tive como inspirador directo. De resto, falei na 2ªpessoa do plural... E se reparar, até fiz um espaço grande entre as 2 partes do texto. Essa segunda parte era primitivamente um Post Scriptum, porque se destinava a ser uma simples observação. Mas no fim realizei que o tamanho do PS era tal que corria o risco de ficar um nonsense formal "à Orlando de Carvalho" (sem qlq. presunção da minha parte, entenda-se), cuja sebenta era célebre por ter 3 linhas de texto e 20 ou 30 em forma de nota... Repito: falei, genuinamente, em geral, pensando em Portugal e nos portugueses, mais nada. "Provocada" pelo seu post, é certo. Mas não me passaria pela cabeça fazer insinuações torpes, ainda or cima " em casa" do visado. Espero que tome isto a sério...
(Agora sim) PS- Qualquer dia cobram o uso deste espaço ao m2 e eu 'lerpo'.........
Teresa, não me senti alvo, nem inspirador, só não me senti parte desse nós. E não poupe no espaço dos comentários: garantimos que continuará grátis, ao menos enquanto não for tributável :)
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