Nada fizeram quando o árbitro Carlos Valente foi sovado e cuspido em pleno balneário das Antas depois da vitória do grande Benfica de Eriksson; nada fizeram quando as escutas telefónicas deram conta que um árbitro pedia quinhentolas ( 500 contos na altura) a Reinaldo Teles; nada fizeram quando o FCP pagou por engano ( como eu gostava que isso me acontecesse...)as férias brasileiras do árbitro Carlos Calheiros. Agora fazem um alarido dos diabos porque tiraram seis pontos a um FCP campeão com 21 pontos de avanço. Façam bom proveito.
O Ministério Público nada fez quando, no âmbito de uma escuta realizada ao Valentim Loureiro, o Luís Filipe Vieira foi apanhado a praticar tráfico de influência junto do então presidente da Liga de Clubes, tentando acertar a nomeação de um árbitro para a final da Taça de Portugal, da qual o Benfica era finalista. Maria José Morgado considerou essas escuta "irrelevante" e o Benfica não foi arrolado ao processo. Isso é que me espanta. Deve ser porque sou um burguês.
Nada se fez ou procurou saber porque «lado o sr Viera estaria a tratar do assunto?» Nada se fez quanto ao recente e eswcandaloso jogo Estrela / Benfica....? Porquê?
Tem, tem tudo a ver. Se um membro do Governo for apanhado numa escuta a dizer a um amigo que prefere que X ou Y (leia-se Mota Engil ou Soares da Costa, por exemplo) ganhe um concurso de obras públicas que devia ser adjudicado imparcialmente, isso é apenas escandaloso. Se for apanhado a dizê-lo ao ministro das Obras Públicas, isso é tentativa decorrupção. Que o Luís Filipe Vieira prefira X ou Y a arbitrara-lhe os jogos, é algo a que tem direito, desde que guarde a sua opinião para os seus doutosd botões ou para os seus amigos. O problema aqui, obivamente, é a quem ele disse que preferia X ou Y. Disse-o precisamente a quem decide que X ou Y arbitram este ou aquele jogo, pessoa essa que ganhou a presidência da Liga de Clubes, na última vez, com o expresso apoio do Luís Filipe Vieira. À mulher de César não se pede apenas que seja séria, mas que também pareça séria. Se o Luís Filipe Vieira se arvora em paladino da moral desportiva, não pode fazer telefonemas desses. E, já agora, mesmo relativizando algo que não pode ser relativizado, como o FNV fez, gostaria de saber se, caso o presidente do União de Leiria, digamos, fosse apanhado numa escuta semelhante, se não acha que o MP teria a obrigação de, no mínimo, investigar o caso, algo que não quis fazer. Porquê? A pergunta, para mim, tem tanto de óbvia quanto de retótica.
Onde se lê "caso o presidente do União de Leiria, digamos, fosse apanhado numa escuta semelhante...", no comentário anterior, deve ler-se, obviamente, "o presidente de outro clube qualquer". O presidente do União de Leiria foi de facto apanhado em escuta semelhante e culpabilizado, ao contrário do que sucedeu ao Luís Filipe Vieira. Os arguidos dos apitos são tantos que, por vezes, uma pessoa baralha-se.
Caro Vítor: você nem sabe o que esse senhor - Bartolomeu - é capaz de fazer no túnel de acesso ao relvado do U. Leiria. Para não falar noutras coisas que hão-de vir a público e que envolvem uns interessantíssimos negócios figueirenses ( da Foz, aqui perto de Coimbra) com Valentim Loureiro. Quanto a Vieira, é verdade que não aprendeu nada com o seu ex-amigo: nem o bom nem o mau.
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