Os media já compreenderam que não há greve nenhuma ( ou páras ou levas uma pedrada), o governo também já deve ter percebido que um camião não é uma traineira. Menos mal. Cavaco teve os irmãos Pinto, também camionistas e bloqueadores. É a vez do PS deparar com a espontaneidade dos movimentos milimetricamente organizados. Toca a todos. O PSD deve instar o governo a cumprir a lei, ao contrário do que fez o PS na Ponte 25 de Abril ( como bem lembra o Pacheco Pereira). Se o governo não sabe - ou não pode - que fique registado em acta.
Nesta crise dos transportes, quando muitos pediam até medidas contra o normal funcionamento da democracia e a intervenção sobre a Galp, ou a pura e simples renacionalização... A estratégia conduzida pelo governo, a enorme paciência de que deu mostras, a racionalidade das suas propostas, e sobretudo, o facto de que não teve que recorrer a medidas extremas ou à repressão policial tão amplamente sonhada e pedida por muitos sectores, permitiu uma assinalável, uma enorme vitória que vai constituir um marco na governação com valores e com sensibilidade social. Foi a vitória da democracia sobre a arruaça. Tudo ao contrário do desejo dos que, repetidamente, sonharam com escorregadelas repressivas e ou soluções fáceis ao nível da desorçamentação das Contas Públicas e do abandono dos princípios de gestão da coisa pública. Foi a salvaguarda dos esforços dos portugueses para manterem uma linha de rumo racional. Finalmente foi gigantesco o contributo que estas actitudes deram para a definição de medidas sociais na Europa e, vejam lá, para o ganho do Sim na Irlanda: É que as imagens da repressão violenta quer em França, quer em Espanha, desgastam a confiança nesta Europa que todos os dias se constroi. Hoje, na Irlanda com o Tratado de Lisboa. Era bom que ganhasse o Sim e o Não fosse derrotado, lá como cá, por KO
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