Escrevi no post anterior que Manuela Ferreira Leite vai ter muito trabalho pela frente. Vai deparar com gente rancorosa e com gente subtil. Uma mulher divorciada, avó, quase com 70 anos e a quem em tempos os adoráveis estudantes universitários brindaram com cartazes que diziam "Ó vaca: dá cá o leite!" , ultrapassará esses obstáculos. MFL entrou como luva de lã em mão gelada. A sua liderança resulta do abandono do líder anterior e foi desejada: isto é cimento natural. A partir daqui, sem projectos megalopatas ou de ocupação de trincheiras, e não sendo delfim de Cósimo, MFL poderá falar para o país. As próximas eleições serão no Inverno e uma voz franca e calorosa será certamente ouvida.
Francamente "refrigerada". Cf "if you want", o meu franco post, recém postado "Mulheres e Eleições". Deixem-se, se puderem, de metáforas cor-de-rosa. O mundo, a realidade, a política, são muito mais perversos e sombria.
Nem consegue convencer 62% dos militantes do PPD a votar nela e espera conseguir o voto dos eleitores! É para ver se consegue transmitir a crise do PSD ao país todo! O meu voto sei bem para onde vai. Voz calorosa e franca? É só rir! E com trabalho já feito e tudo! Se quisermos mais do mesmo já sabemos onde votar! PS: Claramente falta uma segunda volta às eleições do PPD. Um lider eleito com 1/3 dos eleitores dificilmente terá legutimidade, como certamente alguém lhe irá lembrar!
Tenho lido os seus "posts" a respeito da candidatura de MFL. Pela primeira vez desde alguns anos irei votar com convicção e estou convencida de que "ganhando, não ganhou mas ganhará" - e com ela todos nós!
Por mim também lhe definiria a voz como franca e calorosa. Calorosa não é melíflua. O "calor" vem do conforto que transmite ouvir alguém com as ideias no lugar (certo ou não, cada um o dirá) e uma saudável falta de paciência para certas idiotices. Além do tom - prefiro o tom grave e levemente melancólico à estridência e colocações plásticas que tendem a dominar.
Eu acho muita graça a quem põe em causa a legitimidade da liderança de MFL pelo facto de ter ganho com 37%! É a voz previsível - tão previsível -, dos 'novos ricos' das eleições directas. Nem param para pensar. Primeiro: Cavaco ganhou na Figueira por escassa margem, e portanto com oposição significativa (mas o sufrágio indirecto dilui muito estes efeitos isn't it?). Depois, viu-se a correspondência entre esse "pormenor" e o cenário nacional... Se no passado as lideranças tivessem ido a votos desta maneira (i. é, como agora), como teria sido? - Alguma vez Santana teria sido Presidente? - E Durão Barroso, teria contado com a maioria esmagadora do eleitorado? - Marcelo Rebelo de Sousa....? - E Sá Carneiro? Julgam que teria sido aclamado, não??! Com correntes fortíssimas de alternativa estratégica (em certo período) como as de Mota Pinto, Emídio Guerreiro, Miguel Veiga, Graça Moura, Castro Caldas, etc?
Se há característica de MFL a falar numa sala, auditório, etc, é o seu tom perfeitamente audível, mas sem bytes a mais; a absoluta naturalidade; a proximidade, quase íntima, de quem revela convicções; partilha dúvidas e preocupações; e justifica escolhas. Sim, senhora, é verdade: - uma voz cálida e sincera; firme e serena. E à flor dessa voz, o fio de um racicínio inalheável, cristalino e não propagandístico
"Melíflua" é um vocábulo de uma área semântica diferente da de "calorosa".A achega não é pertinente. E as vozes que tendem a "dominar" podem não ser estridentes: um barítono, um baixo... Mas, como em tudo, as pessoas vêem e ouvem o que querem ver. É "simplesmente humano"
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