Enquanto escrevo, Ana Lourenço, na SIC-N, deleita-se porque "a opinião bloguística se apressou a zombar das previsões feitas há quatro anos por Urbano Rodrigues ( um estalinista que não cede um milímetro) sobre o aumento do preço do petróleo". Pois é, noutros locais não haveria blogues para zombar das previsões de um sósia de Urbano Rodrigues. Em "A Bola", um jogador de futebol ( Maniche) diz que que a personalidade mundial que mais gostaria de conhecer é Fidel Castro. Quando aquilo cair de podre, o Maniche e outros virão dizer, como outros o disseram a propósito de outras utopias depois de 1989, que não faziam ideia , que não sabiam o que lá se passava. Ainda assim, imaginam um futeboleiro a dizer que gostaria de ter conhecido Pinochet, Stroessner ou Salazar? E andam sempre com a liberdade na boca, estas cogiteiras e estes achegadores.
hmmm... não vejo em que é que a eventual zombaria da previsão de UTR (de que aliás não me lembro) tem a ver com "outros lugares onde..." (etc.) Quanto ao Maniche, desvenda-se finalmente a razão para a exclusão do escrete. O Paul Breitner teve mais sorte, só lhe pediram (e pagaram) para cortar a barba. :)))
Também ouvi parte desse "Dia D", mas confesso que, eu e a minha gata Maria Tobias, adormecemos pelo meio. Sobretudo a ouvir falar de "progressismo" e "povos, sujeitos da própria História". Como é que um homem tão maduro, viajado e Culto (?) ainda não sabe que as noções de "sujeito" e de "progresso histórico" estão há muito postas em causa e ultrapassadas? Também foi deveras hilariante ouvir chamar "neo-fascista" a Sócrates.Puro delírio serôdio.E ainda se diz que não há "liberdade de expressão"...
Por outro lado, caro FNV,sabe bem que Fidel, teve os seus lados heróicos e motivadores de admiração. Se queremos ser clarividentes e distantes de sectarismos vários, temos que reconhecer lados estimáveis nessas personagens. Ainda há dias re-folheei uma admirável tradução de "King Lear" de Shakespeare, traduzido - com volumosas notas finais - por Álvaro Cunhal, nas masmorras de Peniche, e evidentemente publicada com pseudónimo. A apreciação apenas "politiqueira" de uma identidade, é sempre redutora. Não acha?
Caro PC: tem a ver com a existência de blogues onde se pode zomabar das previsões dos outros, o que não acontece em Cuba, por exemplo, que Tavares Rodrigues define como uma democracia popular.Devo a andar a escrever muito mal. Caro Vida: a primeira frase da segunda metade do seu texto é sinistra; já a apreciação de tiranos iluminados nunca é politiqueira.
Espero que o Fidel tenha aproveitado os conselhos do Urbano para antecipar compras de petróleo enquanto ele estava barato. Se não o fez, das duas uma: ou temeu ser acusado de especulador; ou também lê blogues.
Nunca pode ser sinistra a avaliação não retalhada de um indivíduo. O contrário parece mais plausível. Mas, parece que há opiniões muito "humanitaristas" acerca de Fulgêncio Baptista e a Cuba anterior. Com todos os inegáveis defeitos,algumas virtudes devem ter, pois vão lá operar-se e fazer outros tratamentos, muitos doentes portugueses. O mercantiluismo da nossa classe médica e a nossa democracia do baldismo, que muita gente não quer ver disciplinada, devem ter respostas a dar.
Ora aí está! Uma boa razão para mandar calar o Urbano. Nos paises comunistas, que ele defende, as pessoas também não têm liberdade para falar. Eat my shorts, urban dude!... mas este argumento não é um bocado primário? Talvez seja eu que estou errado. Mas, sendo assim, acho que o FNV deveria elucidar-nos sobre as suas preferências politicas, para avaliarmos da sua legitimidade para escrever o que escreve.
Quanto ao Maniche, menos percebo. Mas então é criticável que um jogador de futebol, ou um padeiro ou eletricista, mostrem vontade de conhecer um dirigente comunista? O FNV só lhes dá legitimidade para isso quando um outro futebolista ou padeiro ou electricista equilibrem a coisa dando mostras de vontade de conhecer um dirigente de outra corrente politica? How bizarre…
(este também deve er um comentário muita sinistrrroo, brrrr.. ;))
Eu sei que o FNV não manda calar ninguém, Deus me livre. Tem uma cultura democrática sólida e um papel timbrado da junta de freguesia atestando que não quer conhecer barbudos cubanos e ditadores sul americanos com bigodinho e óculos escuros nem que esteja na mesma ilha deserta com um deles e a morrer de sede e os gajos o convidarem para uma cervejinha gelada. Bom, sobretudo, ninguém manda calar ninguém num blogue azul marinho. Essa é que é essa. Digamos que fez uma pequena censura aos... não, não, corrijo: foi um pequeno reparo... não, peço desculpa, foi só uma pequena apreciação sobre a legitimidade do U... não? Claro que não, que cabeça a minha. O que é que foi mesmo aquilo?
(FNV, não estou a descarregar stress nenhum, que diabo, pôças, ainda agora cheguei do almoço. lá para o fim da tarde, é possivel que já tenha estresse para descarregar... mas não aqui.. costumo dar um pontapé num cão vadio)
«Mas, sendo assim, acho que o FNV deveria elucidar-nos sobre as suas preferências politicas, para avaliarmos da sua legitimidade para escrever o que escreve.»
O caramelo não lê o Mar Salgado, senão estivesse elucidado sobre as preferências políticas dos seus autores. A não ser que seja incapaz de percebê-las porque não são resumíveis numa só frase. Neste caso, efectivamente, estará perdido no Mar Salgado.
Lutz, chegue aqui: eu não tenho capacidade física e mental para estar mais desinteressado do que estou sobre as preferências politicas dos autores do mar salgado. That’s not the damn point. (catano, hoje tenho que dar pontapés em três canitos vadios)
Filipe, acho que deste corpo preciso ao que o Scolari pensou do Maniche (e depois veio com o eufemismo do "choque de feitios").:) Definitivamente, Fidel Castro não rima com a Nossa Senhora do Caravaggio e com o Roberto Leal.
Pois, por me parecer que as "preferências" não são "resumíveis", - e sempre tem sido esse o meu ponto, é que aqui tenho vindo. Mas, verifico que nos últimos tempos, citações de Musil, tipo "honestidade estúpida" e outras que indiciariam uma visão mais abrangente, são mesmo apenas isso: citações ou mais especificamente "flores de retórica". Quanto a "la sinistra", que em italiano significa "esquerda", dou, aos marítimos e grumetes, o devido desconto retórico.
Caro Lutz, Sempre que mordo no PCP ou em Cuba vêm aqui uns patrulheiros anónimos. Este caramelo até é civilizado, apenas opta pela velha técnica de tresler os textos. Não me sinto no direito de ficar incomodado: outros passaram penas bem maiores (incomparavelmente maiores) por os terem incomodado. Abraço
Olha o FNV a sentir-se alvo de patrulhamento e tal... fixe, Deve dar um frissonzinho agradável e sempre é uma fuga à rotina. Ó FNV, não sou patrulha de nada. Não venho aqui na sequência de uma reunião secreta nos subterrâneos com a minha célula do Partido fazer terrorismo ideológica e também é um bocado descabida a sua alusão àqueles que sofreram penas bem maiores. A que propósito? Você sofreu algumas penas, grandes ou pequenas, com o meu comentário? Francamente. Emiti apenas a minha opinião. E a minha opinião é que o seu post é descabido. A caixa de comentários serve para isso, e não só para mandar abraços. Normalmente gosto muito dos seus posts, sou leitor diário do Mar Salgado. Acontece que não gostei deste post . Não sou comunista (porque raio é que estou a dizer isto) e muito menos controleiro dos posts do Mar Salgado, e não foi portanto isso que me motivou. Mas, de facto, há coisas mais importantes para fazer do que comentar posts de blogues. Quem me manda a mim ser parvo.
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