VENTO OESTE: Parece que o CDS-PP tem um projecto de lei para tornar perpétuo o registo criminal dos "pedófilos" (quer dizer, suponho eu, das pessoas condenadas por crimes sexuais contra menores), com o objectivo de impedir que os "pedófilos" condenados possam adoptar depois de cumprida a pena e expirado o prazo de cancelamento do registo criminal. É pouco. Será que quem foi condenado, por exemplo, por crimes de maus tratos, ou por crimes de homicídio, deverá poder adoptar algum dia? E se tiver sido por um crime sexual contra adultos, quem garante que a tara não muda de orientação? Bem vistas as coisas, talvez toda esta gente nem devesse ter a possibilidade de ter filhos: mal a coisa acontecesse - hop, entrega imediata das crianças à tutela do Estado. Claro que o caso dos adoptados é "diferente", porque existe aí uma responsabilidade pública na colocação adequada das crianças. Mas essa "diferença" será suficiente para alijar a responsabilidade do Estado relativamente ao são desenvolvimento dos filhos de pedófilos, homicidas, e agentes de crimes de maus tratos? Serão eles menos dignos de protecção do que os que foram entregues para adopção? Aliás, o mesmo princípio reclama aplicação a outras áreas: os funcionários que cometem crimes de corrupção passiva, peculato, etc., nunca mais deveriam poder exercer cargos públicos - quem garante que não vão reincidir? Aqueles que, no exercício das suas funções, cometem crimes contra o funcionamento do mercado de capitais - banimento vitalício da actividade financeira. E os hooligans? Interdição de entrar em qualquer recinto desportivo para toda a vida. E, também, naturalmente, os jornalistas condenados por crimes de difamação: cassação perpétua da carteira. Afinal, é bem simples tornar o mundo muito mais seguro. As soluções aqui todas à mão e ninguém as via. Razão tinha o Lombroso.
Pedro, folgo em lê-lo agora mais do que tem sido hábito nos últimos tempos. Quanto ao post, há-de convir que o tema é mais sério do que parece dar a entender com o seu tom jocoso. Um abraço
Vais ficar na lista negra daquele indivíduo que vive obcecado com o Paulo Pedroso e com os pedófilos ( quando não está a divulgar boatos sobre a vida sexual de terceiros, num curioso exercício de "cidadania").
Olá Pedro. Agora só me interessam o futebol e, excepcionalmente, coisas bizarras. :) Uma coisa é o tema *ser sério*, outra coisa é a seriedade com que estas coisas são tratadas. E olhe que o tom só é jocoso no fim. O resto é muito... sério. Abraço
Essa dos "funcionários" pouco escrupulosos, "jamais", como dizia um coloquial ministro, era uma excelente ideia para resolver o tal problema de sobrelotação dos quadros. Desconfio que mais de metade ia para o Maneta. E não se esqueça que func. púb. também são os médicos, os professores e por aí fora...
Quanto à palavra PERPETUAMENTE é comicamente inexacta. Basta pensar um bocadinho; as leis, os códigos,os costumes,o conhecimento científico, as éticas e as "morais" mudam com os tempos, a latitude, o hemisfério e as circunstâncias.Assassinar em combate, por ex., continua a não ser crime. E até dá direito a condecoração
Belo texto, e bem argumentado. Mas a sua redução ao absurdo parece conter algumas propostas interessantes:
"os funcionários que cometem crimes de corrupção passiva, peculato, etc., nunca mais deveriam poder exercer cargos públicos - quem garante que não vão reincidir? Aqueles que, no exercício das suas funções, cometem crimes contra o funcionamento do mercado de capitais - banimento vitalício da actividade financeira. E os hooligans? Interdição de entrar em qualquer recinto desportivo para toda a vida."
Parecem-me soluções justas e bastante adequadas aos crimes cometidos.
E eu que pensava que já existia uma lei que não deixasse que um gajo que enterrou um cano na pita de uma criança de dois anos algum dia pudesse adoptar outra. Sou mais crédulo na bondade humana do que o PC.
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