O CONTEXTO: A candidatura de Obama é histórica - o primeiro afro-americano a ter reais chances de eleito Presidente. Obama é seguramente um orador brilhante, inspirador e o político mais interessante que apareceu no Partido Democrata desde Bill Clinton. A sua campanha das primárias foi brilhante - Obama criou um movimento mais do que uma base de apoio tradicional no Partido Democrata. Ganhou o partido contra o seu aparelho. Trouxe ao processo milhões de novos eleitores. As eleições primárias democratas tiveram 36 milhões de votantes ( são precisos pouco mais de 50 milhões para ser eleito Presidente. A campanha de Obama tem, segundo todos os testemunhos, tido um enorme sucesso a registrar novos votantes ( um dado muito importante num país de grande abstenção). O Partido Republicano está a viver o pior período dos últimos 30 anos - a marca republicana sofreu bastante com a impopularidade da Presidência Bush e da maioria republicana no Congresso que terminou em 2006 fruto da arrogãncia, autismo político e corrupção que a minaram. Duas guerras aparentemente intermináveis. Uma crise económica que afecta directamente a classe média que perdeu casas, um preço do petróleo que faz a gasolina mais cara num país que vive do automóvel. Uma Administração que em momentos cruciais demonstrou incompetência e favorecimento de amigos, como no caso do Katrina. A popularidade do Congresso, agora dominado pelos democratas, é ainda mais baixa que a do Presidente - qualquer coisa em torno dos 10%. Neste contexto, não admira que todo o contexto das campanha seja em torno da ideia de mudança. Os republicanos, com um notável institno de sobrevivência, nomearam o único candidato que tinha uma remota hipótese de ganhar a Presidência. Visto com desconfiança pelo Partido, McCain é um herói de guerra que fez a sua carreira política e popularidade à custa de golpes de independência e desalinhamentos. A questão que se coloca é se os americanos preferirão a mudança inspiradora e mobilizadora de Obama ou a mudança prudente e conservadora de McCain. A América parece estar verdadeiramente indecisa. Numas eleições em que os candidatos representam o melhor que a América tem para oferecer.
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