REALIDADE E FICÇÃO: Se há dois anos um bem informado ensaísta nos garantisse que no ciclo eleitoral americano de 2008 teríamos na corrida para a Casa Branca um afro-americano jovem e orador talentoso sustentado por um poderoso movimento de massas e que a entrada em cena de uma governadora do Alaska, mãe de 5 filhos, iria criar enorme impacto, ninguém lhe daria crédito por clamorosa inverosimilhança. A verdade é que neste ciclo eleitoral a realidade muitas vezes se aproximou da mais imaginativa das ficções. Há boas notícias nestes desenvolvimentos: um retorno do interesse na política (sobretudo devido a Obama, mas com Sarah Palin não apenas exclusivo da esquerda americana) e candidaturas dos dois partidos com gente que, pelas suas histórias pessoais e políticas e pelos seus talentos, se revelou como verdadeiramente interessante (o que nem sempre acontece em eleições americanas). Esta evolução completamente fora do script é a demonstração da pujança de um sistema político aberto e em permanente regeneração. E um sintoma de uma sociedade que, apesar dos seus muitos e inegáveis defeitos, tem um dinamismo e uma energia que nós, europeus, só podemos constatar e invejar.
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