Os velhos são abandonados nos hospitais por familiares que dão números de telemóvel falsos; os velhos são espancados; os velhos não são fashion; os velhos não têm area studies nos departamentos das universidades; os velhos raramente inspiram ( não é o caso do link) os jornalistas de causas. Os velhos cheiram a mofo.
Concordo com o que escreveu. Felizmente, faço parte de uma família excepcional. A minha mãe cuidou durante quase 20 anos do avô dela. O meu bisavô morreu de velhice, aos 99 anos, na semana passada. Morreu em casa, no cantinho que mais apreciava: no sofá junto ao calor da lareira. Deixa saudade,em particular pela forma como apreciava viver.
Será que a sociedade se esqueceu que a grande maioria vai (felizmente) chegar a essa idade avançada? Como vem escrito no bom livro: faz aos outros aquilo que farias a ti próprio...
Os velhos não inspiram jornalistas de causas?!?! Como não? Não se tem visto outra coisa. O Público, por exemplo, agora faz campanha pela entanásia dia sim, dia sim.
Boa, aquiles. E o melhor mesmo é irmos pondo as barbas de molho... Este não é um fantasma, é a realidade nua e crua. Insidiosa. Costumo dizer (não completamente a brincar)que a nossa Constituição deverá urgentemente consagrar, lado a lado com o direito à vida, o direito à morte natural e digna. Mas indignam-me os abusos que em nome do útil e do descartável, e ao abrigo da técnica e da política da prática médica (so-called guidelines), podem trazer para a normalidade quotidiana dos hospitais.
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