Há que fugir da rotina, há que evitar a rotina. E para isso inventámos coisas estúpidas com nomes ainda mais estúpidos - o rafting e o paint-ball -, ou alimentámos a indústria da hotelaria e as suas escapadinhas ( uma espécie de empadinha com uma contazinha dentro). A rotina é o melhor que há depois de acordar vivo. Liga o dia de hoje com o de ontem ( uma vantagem apreciável) e planeia o dia de amanhã ( um golo de antologia). É o que anseiam os sobreviventes da cidade destruída: limpar as ruas, reerguer paredes, voltar à vidinha de antes. É aborrecida porque é sempre igual? Ora essa! Já alguma vez vos apeteceu acordar diferente? Por exemplo, preso numa masmorra soviética dos anos 50, transformado em escaravelho, ou agraciado com um emprego na televisão? Rotina: andar na estrada (rasgada a custo). Nem mais.
Ok. Tudo bem... Mas permita-me uma pergunta genuína (portanto, ignorância minha assumida): e o ideal da perfectibilidade humana, não se deixa plasmar no dia a dia de cada um?
fugir da rotina é ensinar aos nossos filhos o jogo do piao! O descer os passeios com os carros de rolamentos gritando para as pessoas não abrirem os portões e saírem para a rua! O jogar à bola até romper as calças já com o terceiro remendo cozido! Ensinar aos filhos que namorar é sentados no muro do largo onde nos encontrávamos para jogar ao lenço, ás escondidas,até os pais virem ao portão e com um olhar de mau encaminhar-nos para casa com o "rabo entre as pernas". Enfim, tenho saudades deste tempo!
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