Do medo de envelhecer. Bom e amplo medo, imerso na lógica do modus tollens: 1) Se viver muito tempo chegarei a velho; 2) Não cheguei a velho; 3) Não vivi muito tempo. Se envelhecer significa viver muito, então o medo de envelhecer é apenas o medo de viver. A decrepitude e a solidão, as duas brigadas da velhice, só nos conquistam porque há muito vivemos numa cidadela amuralhada. Fazem um cerco ao qual resistimos como podemos. No final caímos como caem todas as muralhas. Foi bom enquanto durou.
A generalidade das pessoas preocupa-se com a velhice, por perder qualidades no "mercado" da imagem e da consequente sedução. Por tradição cultural e questões morfológicas, mais as mulheres, que sempre têm de pensar em mais implantes e lipo-aspirações. Diga-se o que se disser, os homens sempre pensam mais em questões de desempenho (viagras & c.ª).
Uma doença daquelas crónicas, da segunda metade da vida: Park., Alz., escleroses, avc(s), etc muda a paisagem...
É bom ter tempo para completar projectos. Dá paz, serenidade e sentido. E houve tanta gente que morreu tão nova e fez tanto: Mozart,Schubert, Rimbaud, o nosso Amadeu de Souza Cardoso
DO MEDO Eu dantes (ou agora e estou a mentir) tinha medo de amar.E depois de não amar ninguém. Ou de amar e ficar completamente dependente, estúpida, masoquista. De perder a personalidade de fazer dele o centro da minha vida. De amar perdidamente, de achar que sem ele o sol não brilhava. De precisar de uma palavra, ou um olhar, ou um sorriso para levar a vida para a frente. Parece que publicaram na Nature um artigo sobre a fisiopatologia do amor ou a fisiologia do amor (tenho que ler o artigo) dizem que já se vão usar medicamentos para aumentar o amor. Então tb vão descobrir antagonistas e já vai haver solução para mim. Terei um comprimido. Se há antídoto posso amar, completamente inapropriado é fazê-lo sem comprimido. E pelo 1º e 2º comentário há botox (mulheres e homens) e há viagra (homens) então não há medo de envelhecer.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.