Mar Salgado

sexta-feira, janeiro 2:

SUBSÍDIO PARA O PROCESSO ALUCINATÓRIO EM CURSO:

Então pressuponho que isto deve ser entendido à luz da interpretação que Lenine ( O Estado e a Revolução) fez do renovamento do Manifesto Comunista ( que Marx e Engels escreveram no prefácio à edição de Julho de 1872): "A classe operária deve quebrar e demolir a máquina do Estado já pronta , e não limitar-se a dela tomar posse".

 

posted by FNV on 11:46 da manhã #

Comments:

Caro FNV,

O problema que existe nas principais cidades francesas (e numa outra escala em cidades importantes de outros paises, ex: Inglaterra, Brasil, etc) é basicamente o seguinte: os pobres, ou melhor os-muito-pobres-quase-miseráveis já não são própriamente os "desinformados" do principio do século XX... Trabalham (os que trabalham) nas grandes cidades, sabem o que é uma vida "normal" e revoltam-se com a vida de autómato desempregado a que julgam estar "condenados". Isto misturado com marginalidade, drogas e alcool leva a que, no ano novo as "comemorações" contemplem destruição de carros...

No caso dos "estrangeiros" ou filhos de "estrangeiros" (que, apesar de terem nascido em França, continuam a serem tratados e a tratar-se - por esta ordem - como estrangeiros) a explicação, dentro de uma grande complexidade, é simples: já não estão dispostos a fazer os "serviços" que os pais fizeram quando chegaram ao país. Foram educados pela escola pública onde lhes ensinaram a "igualdade a liberdade e a fraternidade" sendo, contudo, tratados de forma diferente (pela sua origem e pela sua pobreza). Depois começa a marginalidade, o sentimento de impunidade, a "guetização" e, acima de tudo a falta de esperança.

Enquanto estes "estrangeiros" e os pobres franceses que a eles se associam ficarem pela destruição de carros está tudo bem...
Quanto a Marx e ás suas utopias, o mais provável é nunca terem ouvido falar delas...

Cumprimentos,
Olaf Oleiros


PS: Noutro dia, numa estação de serviço da A1, ouvi o seguinte comentário vindo de dois jovens (aparentemente da "classe média") que olhavam para um senhor que ia num Mercedes classe S: "Para estes filhos da puta não há crise".
Se eles escrevessem aquilo que disseram, provavelmente não punham o H no "há". Mas sinceramente isso não me parece o mais grave...

# posted by  Olaf Oleiros : 1:10 da tarde

 

Boas palavras, Olaf. Obrigado.

# posted by  FNV : 7:07 da tarde

 

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