Recordo-me de os EUA terem invadido o Iraque. Não me recordo de nenhum tenista norte-americano ter sido instado pelo público- no Open da Austrália - ruidosa e agressivamente , a abandonar o court. O jornal "A Bola" de hoje ( última página) traz a história de ontem : Sahar Peer foi a judia à mão de semear. Por que motivo Sahar Peer é identificada com o exército de Israel e os tenistas norte-americanos não são identificados com o exército ianque? Porque persiste a ideia holística do judeu como membro de uma irmandade do mal. Nas palavras de Drumont :
" No mundo social (...), a nação judaica, flexível, insinuante, trepidante e ousada, pronta alançar as suas presas, esteticamente odiosa, corrresponde, traço por traço, aos vampiros vagabundos que desorganizam as vidas mais robustas (...). Deslocam-se do Oriente para o Ocidente, abrindo caminho uns aos outros. Infinitamente pequenos, infinitamente numerosos, infinitamente rápidos, procriam duzentas vezes ao dia."
E não, não havia ainda Israel. E não, não foi na Alemanha nazi. Isto foi publicado em França, em 1890, num livrinho com o título "La dernière bataille" ( via Zeev Sternhell).
Do these tears know who made them fall? Do these hearts know who made them recoil? They recoiled when their shining light sank into the earth, and the clods of earth knew not what they hold.
Já agora, deveria ser Xahar Pe(e)r ou Chahar Pe(e)r (foneticamente falando).
Por outro lado, sendo o serviço militar obrigatório em Israel e tendo ela cumprido o mesmo, tem mais lógica ela ser identificada com o exército israelita do que os americanos com o exército americano. Ainda assim, creio que isto escapa à maioria (senão todos) das pessoas que protestaram.
Talvez a principal razão esteja na tal história da proporcionalidade. Os americanos invadiram o Iraque e combateram contra o exército iraquiano. Os israelitas atacam uma zona urbana (mesmo que com "precisão"). Nesse aspecto, teria mais lógica fazer a comparação com os bombardeamentos do Iraque em 91 ou os da Sérvia em 99, também urbanos.
Ainda assim, atacar qualquer desportista por ser de um país específico é obviamente ridículo. Tanto como suspendê-lo por ter opiniões políticas. E isto foi feito amiúde sem críticas como esta.
"Sendo o serviço militar obrigatório tem mais lógica ela ser identificada com o exército isarelita". Brilhante. Eu fiz a tropa obrigado e por isso posso ser identificado com o que o exército português fizer. Brilhante.
ro Filipe, eu apenas apontei uma diferença entre o caso dos tenistas americanos e o dela. Também disse que era ridículo. Espero que tenha lido o resto. Nunca penseiq ue me criticasse por essa parte. Francamente...
Pois tem toda a razao em nao aceitar tais identificacoes abusivas. Mas nao sera' isso justamente que o governo e exercito israelitas estao a fazer -- a identificacao tacita dos civis palestinianos com terroristas do Hamas -- ao bombardear Gaza de forma tao violenta provocando centenas de mortos e milhares de feridos, e quando impoem um bloqueio a Gaza ha' mais de um ano?
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