Vendo estalar o Freeport na rua e esbofetear a crise toda a população, o Primeiro-Ministro resolveu, para distrair e animar, dar circo a todos e não se lembrou de melhor espectáculo do que recuperar o casamento de homossexuais, ainda há meses por si bem enterrado. Mas ninguém ligou, provavelmente porque a generalidade das pessoas está muito mais preocupada com coisas realmente sérias e verdadeiramente graves.
O Primeiro-Ministro, os seus amigos e amiga andavam até muito incomodados pelo facto da população não estar nada incomodada com o tema nem se interessar por ele. Logo quando o PS tanto "ponderou todos os aspectos de justiça" sobre o assunto e pretende "cobrir" um suposto "défice de igualdade" que Portugal ainda terá (Vitalino Canas).
Julgo que a esmagadora maioria dos portugueses, quando medita e se preocupa com a existência de um "défice de igualdade" em Portugal, estará antes a pensar nos seus demorados processos de licenciamento ou de licenciatura que não correm à extraordinária velocidade daqueles de uns quantos privilegiados. E, quando ouvem um representante do PS a dizer que se ponderou "todos os aspectos de justiça", julgam que este vai anunciar uma reforma a sério, com pés e cabeça, que melhore a Justiça.
Justiça essa que acaba de me dar uma horita vaga por deficiente funcionamento dos seus maravilhosos e miraculosos sistemas electrónicos pelo que agradeço, em reconhecida retribuição, dando uma mãozita a Sócrates nisto do casamento homossexual. Por isso e porque sobre a crise o e sobre o Freeport teremos o ano todo (e os seguintes) para nos distrairmos. (cont.)
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