Mar Salgado

sábado, março 14:

CUM GRANUM SALIS:

Disseram-me que o Francisco José Viegas tinha um talk show na TVI24. Fui ver e discutia-se a redução de sal no pão, medida governamental vigorosamente defendida pela Fernanda Câncio e estribada nas recomendações da OMS. Devo ter ouvido mal: então as padarias não podem vender vários tipo de pão, uns com mais sal e outros com menos?
Se bem me lembro, o argumento principal a favor da actual lei do tabaco era este: se te queres matar não me leves contigo. Aplicado ao caso do pão, escapa-me como é que a minha opção por um pão com mais sal prejudica a saúde dos defensores da nova lei. Cheiram o meu sal?
E se um futuro governo - em colaboração com estes senhores e alcandorado nos estudos da OMS - decidir que o sexo oral é perigoso para a propagação do papiloma vírus?
Estamos entregues a chefes de turma.


Adenda: proposta do PS. Há dúvidas?

 

posted by FNV on 10:25 da tarde #

Comments:

"Um povo Ingovernável"...já alguém o dizia, um povo com um bom vinho, toda a gente o sabe, agora um Governo preocupado com o que realmente interessa, nunca ouvi falar. A César o que é de César. Eu sei como gosto do pão, também sei o que deve ter uma mulher, no entanto, de vez em quando procuro pelo sal.

# posted by  SNIPER : 3:54 da manhã

 

Por acaso não percebo a barulheira à volta deste assunto. Venha de onde venha, apóstolos ou detractores. E não acho sequer comparável à lei do tabaco (que violo diariamente fumando no gabinete..)
Também não sou médica, mas talvez por ter vivido sempre, desde a infância, sob a chamada de atenção para o ‘flagelo do sal’, (cujas consequências são completamente silenciosas), considero esta medida um ganho civilizacional e um contributo correcto do Estado no exercício de uma actividade, aliás, meramente reguladora.
A questão é: - “alguém tira um consciente e verdadeiro prazer do pão com excesso de sal”? Muitos poucos (e está bem que a esses se dê o direito de escolher).
É muito justo que se adequem as descobertas da ciência (já com barbas, aliás!!!) às regras de produção de bens básicos e essenciais, quando a correcção não vai bulir com a liberdade de ninguém (sendo que esta nem tão pouco seria, na maioria esmagadora dos casos, uma liberdade informada, do tipo “sim, eu quero mesmo comer pão com excesso de sal”).
Trata-se de um reajustamento “de nada”, num hábito alimentar que atravessa toda a população.
E já agora, morre-se muitíssimo mais em Portugal de doença cardiovascular do que de cancro do pulmão (cifras oficiais e persistentes, com mais de 40 anos, justificando uma luta que data dos inícios da cardiologia preventiva em Portugal).

# posted by  Unknown : 1:06 da tarde

 

Demagogia boa, demagogia boa, Teresa. Como é que a proibição de consumir pão normal ( dos que até hoje eram vendidos) não colide com a liberdade de ninguém?
E o papiloma vírus? E a saúde? E os avanços da ciência e os ganhos civilizacionais?

# posted by  FNV : 1:55 da tarde

 

caro filipe, pequena correcção: a medida é do parlamento, aprovada por todos os deputados menos 5. mas entre tanta confusão, como não compreender essa?

# posted by  f. : 1:59 da tarde

 

Sim, aprovada pelo parlamento, mas proposta pelo nosso generoso governo. Política governamental. Ou não ?

# posted by  FNV : 4:04 da tarde

 

Chefes de turma? Não,meu caro,esses ao mesmo iam buscar o livro de ponto e o prof. normalmente agradecia.Subchefes de turma,que eram os tipos que apagavam o quadro no fim e ficavam cobertos de pó de giz...

# posted by  Fernando Antolin : 6:04 da tarde

 

Padarias e sexo oral não combina.Só se for por associação por demais brejeira.

Realmente este é um assunto menoríssimo e é de um ridículo extremo convocar a palavra "liberdade" para um assunto dstes. Quem o faz, não sabe realmente o que ela significa e vale.

Já ninguém se lembra das manifestações por LIBERDADE DE EXPRESSÃO, DIREITO DE REUNIÃO E ASSOCIAÇÂO e tantos outros direitos elementares que os portugueses não detinham; nem sequer ao sigilo de correspondência, pois nas Estações Centrais dos CTT havia um Gabinete da Pide, onde muita correspondência ia parar e era violada antes de ser entregue ao
carteiro do giro respectivo.

Mas, a essas manifestações só iam alguns corajosos, que iam logo presos. Agora a "coragem" está barata. Já se pode ir de excursão e de farnel na camioneta do sindicato, reclamar de papo feito: com direito a previdências e subsídios de desemprego e outros.Longe vão os tempos da declaração 27.003, sem a qual não se podia ser funcionário público.As camionetas da CGTP, pelo dirigismo e alarvidade fazem lembrar as velhas manifestyações, em rebanho do Estado Novo. Também iam lá, coagidos e iludidos, os "funcionários todos, desde o varredor à empregada dos mictórios públicos.

A SANHA,DA MISTELA OPOSICIONISTA, IRRACIONAL E INJUSTA ANTI-SÓCRATES É TAL, QUE QUALQUER DIRECTIVA, MESMO DA CE, (QUE NOS PAGA AS TRANCHES) SERVE PARA ACUSAÇÕES E INDIGNAÇÕES PALERMAS.

# posted by  Logros : 2:16 da manhã

 

filipe, julgo que deve saber que as leis costumam ser aprovadas na assembleia. quando eu digo que o projecto é da assembleia, naturalmente estou-me a referir à autoria. ficava-lhe bem informar-se um bocadinho melhor. ou, em alternativa, quando alguém lhe dá a informação correcta, não insistir no erro. mas, nas suas próprias palavras, isto ainda agora começou, certo?

# posted by  f. : 9:21 da manhã

 

Fernanda,
Vou informar-me. A autoria é da Assembleia? De toda? Ao mesmo tempo? Não foi proposta por nenhum partido?
Ó diabo. Vou informar-me mesmo.
Não se irrite com as alusões governamentais, elas nem são o essencial.;)))

# posted by  FNV : 12:40 da tarde

 

Ó Inês: não me grite que eu sou um homem tímido.

# posted by  FNV : 12:41 da tarde

 

(cont.)
E a comparação não é estúpida nem brejeira: se os critérios são os avisos da OMS, cumpram-se os avisos da OMS.

# posted by  FNV : 1:03 da tarde

 

Se as pessoas fossem minimamente informadas e inteligentes, que felizmente a assembleia neste caso foi, sabiam que as empresas andam a aumentar o sal nos seus produtos de maneira a potenciarem as vendas das bebidas (dos mesmos grupos). E com este objectivo de fazerem mais dinheiro andam a dar cabo da nossa saúde. Assim, veio um parlamento defender os nossos interesses impondo limites aos interesses económicos e para variar a culpa é do governo...

E que tal parar de dizer mal e começar a dar alternativas devidamente pensadas de todos os ângulos possíveis?

http://www.americanheart.org/presenter.jhtml?identifier=3053803

"Salt helps to sell more drinks

Cola advert showing a peanut and salt"

"When people eat salty snacks, they feel thirsty.

So it's no coincidence that places like cinemas sell salty snacks right next to mega-cups of cola and other drinks."

# posted by  nfBarata : 1:06 da tarde

 

Eu não sou informado nem inteligente, por isso agradeço a sua explicação.

# posted by  FNV : 1:17 da tarde

 

Infelizmente não consegui apanhar referência ao documentário que fizeram em relação a este problema mas aqui vai mais uma:

"Harvey’s is a fast food restaurant. Long ago and far away, before free soft drink refills were an industry standard, Harvey’s execs were trying to figure out how to sell more drinks.

Selling more drinks is good for two reasons. First, selling more of anything is generally considered to be a good thing. Secondly, selling more of something with a 2000% markup is an even better thing.

Anyway, the Harvey’s people decided to hold a contest for their employees. They created an almost criminally low budget — fifty grand rings a bell — and spread the word. Whoever comes up with the best way to sell more soft drinks wins.

...

Eventually they awarded the prize to a high school aged burger flipper from one of the highway truck stop locations. His idea was the simplest, the easiest, the cheapest and the one that was bound to succeed.

The idea?

Make the holes bigger in the salt shakers.

More salt. More thirst. More drinks. More money for Harvey’s."

É este o mundo que queremos? Um mundo em que as empresas fazem o que querem e nós não temos ninguém que as controle?

# posted by  nfBarata : 1:50 da tarde

 

In fact, he continued, Canadians and Americans are probably consuming 10 times as much salt as is necessary without knowing it because most of the salt in processed foods cannot be tasted. People could reduce their sodium intake by 50 per cent and get used to it “within weeks."

The salt industry argues this would compromise taste. But Dr. Havas says it has more to do with profits. By having saltier foods, people consume more liquids — usually in the form of soda or alcohol at restaurants — and the food industry cashes in on this.

“That's why when you go into most bars, they'll have salted peanuts and pretzels there. I don't think that's an accident," he said. “On some level, they know people are going to drink more when they have more salt in their products. It's deliberate."


E em relação ao seu comentário

"Se bem me lembro, o argumento principal a favor da actual lei do tabaco era este: se te queres matar não me leves contigo. Aplicado ao caso do pão, escapa-me como é que a minha opção por um pão com mais sal prejudica a saúde dos defensores da nova lei. Cheiram o meu sal?"

Não cheiramos o seu sal mas pagamos os custos das suas despesas de saúde.

# posted by  nfBarata : 2:37 da tarde

 

filipe, pelos vistos para si uma proposta do grupo parlamentar do ps e aprovada por todos os deputados menos 5 é 'uma proposta governamental'. anota-se. o rigor e a piada.

# posted by  f. : 6:38 da tarde

 

Epílogo:
1º- só a mim é que o FNV chama demagógica, why is that?
2º- claro que você tem alguma razão no que diz. De resto, pergunte à sua mulher pelas Fontes de Direito: - Leis são diplomas que emanam da assembleia, órgão que detém o 'poder originário' de legislar - Decretos-Lei emanam do governo, seja no excercício da sua competência exclusiva seja no uso de competência delegada (pela AR).
CONTUDO, uma Lei (em sentido material, formal ou orgânico)pode ter diversas formas de'gestação', entre as quais se conta uma 'proposta de lei' do Governo (tem razão, sim senhor). Quanto ao caso concreto, ao que sei, tratou-se de uma iniciativa dos deputados ('projecto de lei'), mais concretamente do grupo parlamentar do PS, que depois das discussões na generalidade/especialidade, mereceu em plenário a aprovação praticamente unânime.
Sejamos práticos, portanto: - sendo do grupo parlamentar do PS, é, na prática, do Governo, e nem o Alegre fez barulho.
3º- Ó nfbarata, não me venha com essa justificação de que pagamos os custos das despesas de saúde dos salino-dependentes!!! Por aí é que não!
Atenha-se ao bem geral decorrente de uma má prática completamente involuntária e desinformada!
(Não é assessor do Manuel Antunes, não?...)

# posted by  Unknown : 10:05 da tarde

 

Fernanda: uma proposta é uma proposta. Depois é aceite ou não.Leia a Teresa se quiser .
Não vejo onde está a piada, mas enfim...
Teresa: não lhe chamei demagógica, disse que o escerveu era demagogia. São coisas muuuuuito diferentes;)))

# posted by  FNV : 10:23 da tarde

 

que o que escreveu, naturalmente

# posted by  FNV : 1:36 da manhã

 

Ó Nuno Figueiredo Barata: que nunca tenhas um acidente de automóvel por excesso de velocidade nem nunca apanhes SIDA com uma puta. Não estou para te pagar as tuas despesas de saude.

# posted by  FNV : 2:35 da manhã

 

Basta fazer as contas, uma coisa é ter orçamento para grupos de risco outra coisa é ter orçamento para a população toda de Portugal.

Se a indústria sobe os níveis de sal na alimentação aos poucos e poucos sem nos darmos conta e pelo que li sem impactos no sabor, vamos ter a população toda a ir comprar bens essenciais e a dar cabo da saúde sem se dar conta...

A medida da assembleia foi para os interesses do país e dos portugueses? Foi.
Podia ter ido por outro caminho? Melhor? Até pode ser que sim, apresentem ideias!
Uma ideia por exemplo é pôr os tais símbolos vermelhos e verdes neste tipo de produtos também, e assim as pessoas tinham uma escolha consciente quando compram bens que atravessam toda a sociedade.

Tentem ser construtivos em vez de andarem nos "sound bytes"

# posted by  nfBarata : 9:48 da manhã

 

Enviar um comentário